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Debate sobre segurança chega ao Clubhouse

Falha na segurança na plataforma alerta para possibilidades de disseminação de discursos de ódio e invasão de perfis


23 de fevereiro de 2021 - 6h00

De acordo com a Bloomberg News, nesse último fim de semana, um usuário não-identificado do Clubhouse transmitiu áudios de várias salas da plataforma em um site terceiro. A ação contradiz a proposta do aplicativo, que diz que as conversas não podem ser gravadas.

 

(Crédito: William Krause/Unsplash)

O Clubhouse baniu o usuário permanentemente e diz ter instalados novas medidas de segurança para evitar uma repetição do ocorrido. Porém, a situação gera novas discussões sobre a privacidade da plataforma. Em 13 de fevereiro, o Stanford Internet Observatory afirmou que os usuários do aplicativo devem assumir que todas as conversas estão sendo gravadas.

Embora tenha ganho uma ascensão recente, o Clubhouse entra no jogo das plataformas sociais após a imposição das novas leis gerais de proteção de dados e contínuas discussões sobre formas de proteger a privacidade dos usuários e impedir a disseminação de discursos extremistas e de ódio na plataforma. Por se tratar de um formato cuja identificação é mais dificultada por não haver registro de texto ou descrições imagéticas, já foram apontados discursos racistas, anti-semitismo, homofobia, transfobia, misoginia nas plataformas, diz Joana Mendes, diretora de criação da R/GA.

“Acredito que o maior desafio dessa rede seja a moderação. Como ter o mínimo de controle sobre o que que se fala ali dentro. Textos de baixo calão ódio são mais fáceis para robôs. Em áudio ainda não há uma tecnologia tão apurada. Como serão controlados conteúdos como discursos de ódio, por exemplo? Acho que esse é o grande desafio do Clubhouse”, ecoa Rodrigo Tigre, country manager da Audio.Ad.

Embora o Clubhouse anteriormente ter garantido que não seria possível gravar as conversas que ocorrem na plataforma, Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação e co-fundador da AAA, plataforma de conteúdo que fomenta negócios na área de tecnologia e inovação, alerta que existem outros métodos para fazê-lo. Além disso, ele aponta que a limitação do acesso por convites não garante qualidade ou segurança para os usuários. “Ao entrar na loja de app da Apple, já existem inúmeros aplicativos que se dizem ser o Clubhouse, mas que nada tem a ver. Ou seja, se o usuário acreditar que está baixando o app do momento, pode fornecer seus dados pessoais para empresas que não são idôneas”, diz.

Segundo Igreja, a atratividade gerada em torno de um aplicativo novo e do momento pode acarretar em diversas falhas de segurança, inclusive pelo desconhecimento sobre o funcionamento do aplicativo. “A plataforma é bastante jovem, foi criada no ano passado, não completou nem um ano de vida e, até agora, não tem nenhum escândalo de segurança, o que não quer dizer que ela seja segura. É normal que esse tipo de falha comece a aparecer, justamente, com o crescimento do número de usuários. Um outro ingrediente é o perfil dos participantes, já que se sabe que muitos empreendedores e celebridades estão lá, certamente os golpistas voltarão os seus olhares para o Clubhouse. Os principais golpes virtuais sempre envolvem a engenharia social, o phising por meio de e-mails ou mensagens com links falsos oferecendo convites gratuitos ou até mesmo a venda, já que o assunto é o grande tema do momento. E com tantos vazamentos de dados, ultimamente, os usuários e os interessados em ingressar na plataforma precisam ficar atentos”, explica.

*Com informações do Adverstising Age

**Crédito da imagem no topo: Markus Spiske/Pexels

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