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Marcas na rede: como aproveitar melhor o TikTok

Confiar nos usuários e criar conteúdo exclusivo para a plataforma são estratégias-chave para estar no aplicativo da Bytedance


26 de março de 2021 - 8h31

Embora recente no dia a dia das marcas, o TikTok está caminhando cada vez mais para ser uma plataforma de mídia estratégica. Em 2020, a empresa começou a comercializar formatos publicitários na plataforma. Já neste ano, a plataforma TikTok For Business chegou ao Brasil e, junto dela, um time preparado para atender as agências e anunciantes interessados no diálogo com o público das gerações Y e Z, majoritários no aplicativo da Bytedance. Em detrimento dessa movimentação, o mercado de agências e anunciantes já tem melhor estruturado o que cabe ou não no ambiente.

 

(Crédito: Solen Feyissa/Unsplash)

Para Patrícia Patricia Colombo, diretora de conteúdo da WMcCann, o aplicativo começou a ganhar a atenção das marcas em 2019, quando a geração Z começou a se apropriar do espaço. Naquele momento, a abordagem dos anunciantes era de testar e aprender. Porém, foi em 2020 que a plataforma se consolidou como oportunidade, até por conta do seu aumento no número de download em decorrência da pandemia e a expansão da faixa etária — o que permitiu mais publicitários entenderem o valor do aplicativo, que antes era muito nichado.

“A distância geracional, acredito, é uma dos aspectos mais divertidos da nossa profissão. Porque aí você mergulha naquele universo buscando entender como os jovens de hoje se comunicam, e constata que você está cada dia mais distante dos seus 15 anos (risos), inclusive no mindset criativo – até porque o espelho entrega a diferença física todos os dias pra gente”, brinca.

De acordo com Pedro Balle, creative copywriter na Africa, o TikTok detém uma dinâmica que já vem sendo atrativa na visão das marcas: o user-generated content. Esse tipo de conteúdo exige que os anunciantes cedam um pouco do controle. “Ao tentarem estimular conteúdo gerado pelo usuário, as marcas tiveram que abaixar um pouco a guarda sobre as linhas guias do seu conteúdo e confiar num conteúdo mais solto. Quando a sua peça de comunicação é gerada por um usuário, não dá pra ter o controle preciosista de como ela vai ficar. Então, se torna necessário confiar que o potencial criativo de quem vive dentro da plataforma pode, sim, ser mais acertivo do que o de quem vive dentro do escritório”, explica.

Um exemplo de presença a partir de um conteúdo criado pelo usuário que não teve uma marca diretamente envolvida foi o vídeo do usuário Doggface (Nathan Apodaca) andando de skate e consumindo um suco da marca Ocean Spray ao som de Dreams, do Fleetwood Mac. O vídeo viralizou e fez a música dos anos 1970 voltar para o Top 10 da Billboard. A marca, por sua vez, enviou mais de seus produtos ao skatista e se uniu a ele para uma campanha no TikTok para o Super Bowl, em que o usuário convidava o público a fazer sua própria coreografia com uma garrafa do suco.

“Sinceramente, eu ainda acho bastante difícil cravar receitas sobre o TikTok. O que eu acredito é que as marcas devem entrar da maneira mais natural possível. Antes do viral do Doggface ao som de “The Dreams”, do Fleetwood Mac, já existiam conteúdos com trilhas de hits de outras décadas, mas nenhum ainda tinha ganhado esse peso. Foi o vídeo-selfie do skatista curtindo esse clássico maravilhoso e a sensação de leveza e liberdade que o conteúdo transmitia (em um período complicado de pandemia em que ambas nos foram cerceadas) que garantiu a conexão direta das pessoas que assistiam ao material. E ali estava a golada prazerosa no suco de cranberry da Ocean Spray. Resultado: a marca em todos os lugares e uma faixa de 1977 no top 10 da Billboard em pleno 2020”, argumenta Colombo.

Além do conteúdo gerado pelo usuário, Balle propõe que a plataforma entrega engajamento profundo dos usuários e não se restringe ao like. Além disso, ele considera que o próprio TikTok criou formatos atrativos para as marcas, “inclusive financeiramente, já que entregava para um público imenso com um valor bem acessível”, explica.

Ao Meio & Mensagem, os executivos dividiram suas opiniões sobre as melhores práticas para uma boa presença de marca na plataforma.

Estar no aplicativo
Para entender a dinâmica e o que funciona no aplicativo, só acompanhando o conteúdo ali em tempo real. Mesmo que, a princípio, não pareça claro a graça da plataforma, conforme o tempo é possível perceber tendências e segmentos de público.

Se inteirar de sons
O TikTok é um aplicativo que tem o som como um dos seus principais conteúdos. O público usa ele para replicar um meme ou dança. Alguns chegam a virar parte de “challenges”, que são as tendências do momento. Portanto, é interessante estar por dentro das músicas novas e conhecidas do público jovem.

Autenticidade no branded content
O objetivo é ser o mais natural possível na plataforma, mas as marcas podem aproveitar de um branded content com roteiro divertido, que transmita a mensagem contextualizada em vídeos de desafios, humor e tutoriais.

Usuários
Confiar no potencial das ideias e na boa fé dos usuários e usá-los para criar conteúdo, como em product placements e ações com creators que dominam a linguagem nativa e testam a plataforma diariamente.

Originalidade e exclusividade
Criar conteúdos para o TikTok e não apenas réplicas de conteúdos feitos para demais formatos de mídia. O primeiro movimento das marcas foi o de tratar a rede social como espelho das demais.

**Crédito da imagem no topo: Kon Karampelas/Unsplash

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