Como o Paulistão Feminino está movimentando os negócios no futebol

Valeria Contado
15 de agosto de 2022 - 10h38

Competição terá a maior premiação de todos os tempos (Crédito: Divulgação / Paulistão)

Na semana passada, as equipes de futebol feminino de São Paulo deram início à edição 2022 do Campeonato Paulista. Um dos torneios mais competitivos da modalidade e berço de 50% das atletas que foram campeãs da Copa América neste ano, a competição atraiu a atenção de players e marcas, fazendo com que a edição deste ano atingisse um recorde histórico de pagamento de premiação: o valor chega à R$2,6 milhões, superando em 1757% o que foi pago ao time campeão e vice em 2021.

A transmissão será multiplataforma, contando com diversos players: TV fechada, com a SporTV – que levará a final para a Globo na TV aberta – streaming com Estádio TNT Sports e Paulistão Play, e plataformas digitais com YouTube, Eleven Sports. Patrocinadora da competição, a Centauro também transmitirá a competição em perfil no Facebook. Além da varejista, o Paulistão feminino contará com mais sete marcas no patrocínio: 1xbet, Sicredi, Binance, Assaí, Sensodyne, Krona e Unifisa.

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Para Andrea Contino, líder do projeto do Paulistão na LiveMode, empresa que negocia os direitos de transmissão do campeonato, os patrocinadores perceberam como a competição conseguiu atrair a atenção da audiência. Apenas em 2021, foi registrado um aumento de 300% de espectadores no YouTube. “A modalidade deu um grande salto nos últimos tempos em relação ao crescimento chamando a atenção para o mercado publicitário, as marcas perceberam que elas podem crescer junto com o esporte”, diz.

Todo esse movimento impacta diretamente no investimento destinado pelas marcas para a modalidade, já que, muitas começam a entender que elas podem crescer juntamente com a modalidade. Esse é um dos motivos que tornaram a Centauro a primeira marca a investir como patrocinador e player de transmissão em uma competição esportiva.

Centauro em campo

Em um anúncio realizado em junho, a varejista divulgou que irá transmitir 15 partidas, sendo 11 delas exclusivas, e um clássico. Além disso, estará nas placas de publicidade e entrevistas nos estádios e ativações para que os torcedores possam estar mais próximos dos clubes.

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Para diretor de marketing da Centauro, Gustavo Milo Marasco, estar nas duas pontas de investimento também é uma forma que a marca encontrou de ter sucesso nos negócios. “É nossa missão fomentar o futebol feminino, como agente transformador, incentivando a prática, a torcida e outros sonhos que envolvem esse universo”, diz.

A marca celebrou o início da competição em uma ação ao estilo unboxing: 25 influenciadores foram convidados a apresentar e promover a abertura do Paulistão feminino, na partida entre São Paulo e Taubaté. Em seus perfis, os criadores de conteúdo revelaram bastidores da preparação. A iniciativa faz parte da plataforma “Escondidas Nunca Mais”, criada pela agência DM9 com a proposta de apoiar, destacar e promover mais visibilidade para o futebol feminino no Brasil.

Força das camisas

O campeonato Paulista é, atualmente, o berço de jogadoras como Cristiane, Bia Zaneratto, Tamires, e de 100% dos times que representarão o Brasil na Libertadores. A competição conta com camisas tradicionais do esporte brasileiro, como Corinthians, Santos, São Paulo e Palmeiras. Desde 2019 a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), determinou que os clubes da série A seriam obrigados a manter uma equipe feminina em suas estruturas.

Com isso, camisas pesadas do futebol nacional voltaram a figurar nas competições, e para o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, é notável o aumento de investimento dessas equipes na modalidade. “Tudo isso se dá pelo aumento da visibilidade que as competições estão proporcionando. O Paulistão Feminino, sem dúvida, é exemplo, com uma visibilidade que só vem aumentando ano a ano”, avalia.