O Bar Mitzvá do digital

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Opinião

O Bar Mitzvá do digital

O mercado amadureceu, chegou à maioridade e impôs uma nova lógica, na qual a marca precisa trabalhar por sua reputação por meio de uma conversa permanente


18 de agosto de 2016 - 8h00

No início dos anos 2000, muitas agências digitais surgiram. A internet crescia, a bolha ficara para trás e já era possível perceber alguns modelos de negócios oriundos deste novo sistema. Foi nessa época que as empresas começaram a despertar para a necessidade de um site. O tempo passou e cada vez mais ficou claro que, para ter uma presença online consistente, não bastava somente trabalhar os 3Ws. Era preciso mais.

Links patrocinados, EMM, mídia display e games foram algumas das frentes que os anunciantes passaram a explorar. Novas tecnologias e plataformas despontaram, e tudo ficou ainda mais intenso e complexo. Assim, algumas das agências digitais optaram por focar em serviços mais nichados. Outras ampliaram seu escopo. Muitas novas empresas surgiram para ingressar no ecossistema digital. Tanto que a Associação Brasileira das Agências Digitais (Abradi), alterou o termo “agência” para “agentes”. E, na rotina dos anunciantes, e-commerce, conteúdo, mídias sociais, mobile, programática e BI, entre outros, ganharam a atenção que até então não recebiam.

Por ser um mercado novo, as dúvidas eram muitas. Por um lado, todo o profissional de marketing tinha interesse em ouvir o que essas novas empresas queriam dizer. Mas por outro, pairavam no ar incertezas e desconfianças. Foi em um ambiente assim que muitas agências digitais navegaram nos últimos anos.

Vivemos hoje um momento marcante na indústria da comunicação. O mercado digital amadureceu. Os clientes se desenvolveram. A conversa mudou, e as verbas também.

Novos departamentos foram criados para atuar neste mercado. E muitos jovens profissionais receberam a chave do cofre de grandes anunciantes. Se antes era quase impossível uma agência digital ser recebida pelo CEO de uma importante organização, atualmente é muito difícil que o CEO não se envolva pessoalmente com esse assunto.

O digital é estratégico, impacta diretamente no negócio. Em muitos casos, o digital é quem dá o tom da comunicação. Alguns filmes são criados para a internet e, depois, adaptados para a TV. Agências digitais conquistam Leão em Outdoor. Grandes grupos de comunicação seguem adquirindo empresas digitais e lhes dando total autonomia de atuação. Portais desenvolvem projetos customizados e alcançam significativos resultados em ações de cross media. Não por acaso, Google e Facebook, os principais players do mercado digital, estreitaram seus vínculos com agências e anunciantes.

Todas essas mudanças são reflexos do poder transformador da tecnologia, que trouxe o empoderamento para as pessoas. Com acesso e informações disponíveis, todos têm mais consciência e maior poder de escolha, o que implica uma nova relação.

É nesse contexto que a marca precisa trabalhar por sua reputação. Deixar claro a sua verdade, estar próxima, ser útil. Precisa estar bem posicionada, reconhecer quando erra, entregar o serviço, exercer empatia. Na visão da comunicação contemporânea, a conversa tem de ser permanente. Esta é a lógica digital.

Chegamos à maioridade. Jovens que começaram suas empresas quando tinham 20 anos já têm mais de 30. Cresceram, amadureceram e hoje discutem com muito mais propriedade o negócio de seu cliente. Os meninos viraram homens. Leonardo Longo, por exemplo, que em 2007 estagiava em uma grande agência digital, é head de marketing do e-commerce da Ambev. Tem 30 anos. Romero Rodrigues, símbolo do empreendedorismo digital brasileiro, 38. Mark Zuckerberg, 32.

Na religião judaica, quando o menino realiza o Bar Mitzvá, ele se torna o homem. Um mazel tov para o mercado digital!

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