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Opinião

Por que ainda precisamos falar sobre storytelling

Da formação de uma pequena tribo ou clã, às empresas e agências atuais, toda forma de cooperação humana se baseia em histórias compartilhadas


9 de agosto de 2022 - 6h00

A importância do storytelling (Crédito: Ra2studio/istock)

Em uma época de transformações aceleradas como as que vivemos na era digital, tem sido cada vez mais importante a capacidade de nos conectarmos a partir da transmissão de ideias claras e verdadeiras. Por isso, é natural o interesse cada vez maior em desenvolvermos nossas habilidades de contar histórias para diferentes tipos de audiências.

O dicionário Merriam-Webster indica que o termo “storytelling” foi utilizado pela primeira vez no ano de 1709, para designar um “contador de histórias”, mas sabemos que o ato de contar histórias e espalhá-las vem desde os tempos mais antigos da humanidade. Da formação de uma pequena tribo ou clã, às empresas, agências ou organização atuais, toda forma de cooperação humana se baseia em histórias compartilhadas, que ajudam estabelecer vínculos comuns entre as pessoas.

Isso é evidenciado pelo pensador Yuval Noah Harari, que se tornou famoso com o livro Sapiens — Uma breve história da humanidade. Nessa obra, traz alguns pensamentos de como as histórias — ou, como ele mesmo chama, as realidades imaginadas —, modelaram o mundo em que vivemos.

O ponto que devemos compreender é que as pessoas não se convencem por realidades imaginadas porque queremos convencê-las ou porque elas querem ser convencidas. O que a neurociência explica é que, quando o cérebro é envolvido por histórias, uma série de hormônios entram em ação e fazem com que nossos sentimentos criem uma sensação de proximidade, por meio da identidade, do emparelhamento e da projeção, que criam vínculos estreitos entre quem conta e quem ouve, lê ou assiste àquela realidade imaginada — sejam conversas do dia a dia, obras de ficção ou narrativas em nossos ambientes de trabalho.

Como todos os seres humanos, somos fruto das realidades imaginadas pela cultura em que vivemos. Os mitos, as religiões, as expressões artísticas, as histórias que ouvimos, os livros e desenhos, os seriados, as músicas que temos acesso ao longo da nossa vida. É essa diversidade cognitiva que faz com que a riqueza cultural seja ainda maior. Por isso, quanto maior o nosso repertório de informações, a nossa abertura para aquilo que é novo, diferente e que realmente rompe com as bolhas socioculturais de determinado grupo ou organização, maiores as chances de se alcançar um storytelling surpreendente e inovador.

Toda história transmite mensagens, ideias, significados, planos, sonhos, desejos. Toda história se dá de pessoas para pessoas. E toda história sempre traz no seu âmago uma ideia central, que é aquilo que tanto pode estar evidente em uma frase, um conceito, uma sentença curta, direta e envolvente, como é o caso de mensagens para grandes públicos (na comunicação de marcas e organizações, por exemplo), como também pode ser uma ideia central mais sutil, a partir de uma série de acontecimentos que nos levem a uma conclusão (caso de filmes, livros ou obras de arte).

Como podemos fazer isso? Conduzindo as pessoas a quem se destinam nosso storytelling para o universo que queremos criar. Mas como fazemos quando precisamos transmitir a nossa mensagem para uma diversidade de pessoas que têm características muitas vezes bastante diferentes? Hoje, sabemos que quanto mais somos capazes de conhecer as características e nuances das pessoas, mais capacitados seremos para transmitir uma mensagem de maneira que possa ter mais significado para essa audiência.

Mas, afinal, como fazer storytelling? Essa talvez seja a tal questão “de milhões”, a mais recorrente quando falamos em narrativas. Como sabemos, não existe uma única maneira de contá-las. Não há um manual de instruções, uma estrutura única, uma maneira invencível. Se existisse, todos os líderes seriam seguidos, todos os escritores seriam um sucesso e todos os filmes seriam premiados. O que existe é uma mensagem poderosa, que faça com que as pessoas se sintam compelidas a segui-la. O que importa, no final, é a mensagem que fica.

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