Black Friday de 2024 deve ser a do otimismo realista
Consumidores esperam que marcas vão além do preço baixo para chamar a atenção do público, segundo mapeamento do Google
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Bárbara Sacchitiello
8 de novembro de 2024 - 11h03
O mercado publicitário está encarando a Black Friday de 2024 com um certo otimismo realista. Por um lado, a queda nas vendas do ano passado e o fato de a data já ter se tornado mais comum no calendário nacional trazem a percepção de que o público, de forma geral, não parece disposto a sair comprando desenfreadamente na data. Porém, o retorno à normalidade do período pós-pandemia e o empenho dos varejistas em inovar nas ofertas e experiências traz a expectativa de que a Black Friday deste ano seja melhor do que em períodos anteriores.
Esse é, de forma resumida, o cenário que o mercado traça para a Black Friday deste ano de acordo com uma pesquisa realizada pelo Google junto à WGSN. Em setembro, a big tech havia apresentado à imprensa uma outra pesquisa, feita junto à Offerwise, que apontava um otimismo dos consumidores em relação à data de descontos.
Por enquanto, esse otimismo parece ter se sustentado. Na pesquisa divulgada pelo Google em setembro, que usou como base dados de entrevistas feitos em julho, com apoio da Offerwise, 62% dos consumidores declaravam ter intenção de comprar algo na Black Friday. Agora, em outubro, na pesquisa feito pela Offerwise, o percentual praticamente manteve-se estável: 61% dos consumidores querem fazer algum tipo de compra na sexta-feira dos descontos.
“De forma geral, os dados têm indicado que a Black Friday de 2024 será melhor do que nos anos anteriores, mas não será um período de compras desenfreadas e consumo irresponsável”, acredita Nathalia Andrijic, gerente de marketing para pesquisas e insights do Google no Brasil.
Para a Black Friday, segundo Nathalia, existe essa pré-disposição do consumidor em acompanhar as ofertas e fazer compras, mas as empresas precisarão fazer sua parte e inovar para chamar a atenção e, de fato, apresentar opções convidativas em um período que, certamente, estará saturado de anúncios e divulgação de ofertas e promoções.
“Entendemos essa Black Friday como a Black da consciência. No início, quando a data começou a ser trabalhada no Brasil, muita gente comprava apenas pelo fato de as coisas estarem em promoção. Agora, tanto os consumidores quanto as empresas chegaram a um ponto em que a Black Friday precisa ser algo que valha a pena”, complementa Ana Frítoli, líder de insights estratégicos para varejo no Google Brasil.
Essa mudança de percepção em relação à Black Friday deve-se, segundo as especialistas do Google, à maturidade que o brasileiro já adquiriu em relação à data. Com o passar dos anos, as pessoas entenderam como funciona a Black Friday e descobrindo as formas de aproveitar a data da melhor forma. E isso incluir aprender a diferenças o que vale – ou não – a pena na hora de decidir o quê comprar.
Mas não é apenas o consumidor que está mais maduro em relação à Black Friday. Uma visão mais aprofundada sobre a importância estratégica da data começou a crescer entre as marcas. Segundo Nathalia, a principal forma de medir essa mudança é ver, para muitas empresas, a Black Friday não é mais vista como um período de promoções pontuais, mas sim como uma data que deve ser trabalhada e planejada ao longo de todo o ano.
“A Black Friday deve fazer parte de uma conversa sobre a estratégia anual de negócios. Antes de falar sobre os canais em que as campanhas serão feitas, é preciso definir qual o objetivo de negócio e o que aquela marca realmente quer. Depois, é importante definir os objetivos de marketing e isso precisa ser feito com muita antecipação”, defenda a especialista.
A pesquisa feito pelo Google junto a Offerwise mostrou, ainda, que não é apenas o preço e o percentual de desconto que faz com que as pessoas comprem algo na Black Friday. Embora, obviamente, o valor ainda seja o maior atrativo no período, uma parte importante dos consumidores começa a olhar para outros aspectos.
Para 71% das pessoas, a Black Friday é um momento importante para as marcas mostrarem seu diferencial além do preço baixo. “O preço tem que estar bom, óbvio, porque isso é o mínimo que as pessoas esperam. Mas as empresas precisam ir além. Em um momento em que todo mundo está com alguma oferta, é preciso se diferencial em termos de serviços, experiências e de coisas que vão chamar a atenção do consumidor”, finaliza Ana.
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