Gafisa recebe proposta e pode ser vendida

Janaina Langsdorff
3 de fevereiro de 2012 - 9h15

A confirmação da Gafisa de que recebeu propostas do megainvestidor americano Sam Zell e do fundo brasileiro GP Investimentos fortalece os rumores sobre uma suposta aquisição da construtora que opera há 57 anos no mercado de incorporação e construção do Brasil. Zell já foi sócio da Gafisa, participação encerrada em 2010.

A iniciativa da empresa aconteceu depois que suas ações inverteram a trajetória de queda, já acumula em 65% em 2011, e fecharam em alta de 20% nessa última terça-feira, 31, com uma movimentação de R$ 200 milhões, ante a média de R$ 50 milhões diários.

“A Gafisa está permanentemente estudando novas oportunidades de desenvolvimento de negócios e exploração de seus ativos e manterá o mercado informado acerca do resultado da análise dessa proposta", diz a empresa em comunicado.

O imbróglio
A compra da construtora mineira Tenda, em 2008, marca o início do imbróglio financeiro da Gafisa. Considerada uma estratégia capaz de reforçar a presença da Gafisa no segmento de baixa renda, que responde pela maior demanda por novas habitações, o negório, no entanto, acabou minguando a atuação da companhia.

A falta de padronização dos projetos da Tenda e problemas para implantar a cultura de gestão da Gafisa foram duas das principais dificuldades encontradas pela operação, que passou de 12 mil clientes em 2005 para 93 mil com a integração da Tenda, além da Alphaville. Esse cenário resultou numa forte diminuição no volume de lançamentos em 2011.

De acordo com informações publicadas na edição dessa sexta-feira, 3, pelo jornal Folha de S. Paulo, somente no terceiro trimestre do ano passado, os lançamentos somaram R$ 1 bilhão, uma queda de 15% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em 2010, a receita da Gafisa foi de R$ 3,7 bilhões.