Os 4C’s que guiam as marcas da LVMH
Entre a experiência e a excelência, maior grupo de luxo do mundo baseia-se em quatro conceitos fundamentais para entregar relevância e exceder as expectativas dos clientes
Entre a experiência e a excelência, maior grupo de luxo do mundo baseia-se em quatro conceitos fundamentais para entregar relevância e exceder as expectativas dos clientes
Giovana Oréfice
18 de junho de 2025 - 19h55
Mathilde Delhoume Debreu, global brand officer para a LVMH (Crédito: Divulgação/Cannes Lions/Getty UK)
Luxo: do Latim, excesso, extravagância. Etimologicamente, a palavra está atrelada à luz, brilho. Conceitos estes aplicados às 75 marcas da Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH), maior grupo de luxo do mundo, dos mais diversos setores, da moda aos cosméticos até aos vinhos e joias.
Imersa no propósito de “The Art of Crafting Dreams” (A Arte de Criar Sonhos, em tradução livre), a empresa se baseia no que chama de os 4C’s: craft; customer (consumidor); creativity (criatividade); e culture (cultura). Mathilde Delhoume Debreu, global brand officer da LVMH, e também presidente do júri de Luxury no Cannes Lions 2025, descreveu como os pilares funcionam na prática e como têm se refletido nos cases das marcas. Confira:
O Craft reflete o desenvolvimento de produtos icônicos com materiais excepcionais e atenção ao detalhe. Em 2024, a LVMH apostou nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, como parceiro premium e a “Artesã de Todas as Vitórias”. Já tendo a tecnologia como complementar, a Loro Piana implementou um QR Code nas peças para que os consumidores tenham acesso à rastreabilidade do produto, da logística à compra, exemplificou Mathilde.
Também no ano passado, o Grand Prix de Luxury foi para o case da Loewe, cuja campanha retratou a coleção cápsula desenvolvida junto ao estúdio de cerâmica, Suna Fujita, de Kyoto, no Japão. As peças refletem personagens característicos do estúdio, como pandas, pinguins e lêmures junto a humanos. Nas redes sociais, uma animação dá vida aos bonecos, desta vez, feitos artesanalmente em lã.
“Se só atendermos às necessidades do consumidor, estaremos mortos. Então, o que tentamos fazer é surpreender, superar expectativas com produtos e experiências que eles nem mesmo pensam que sejam possíveis”, disse Mathilde. “É um desafio, pois, ao mesmo tempo, precisamos criar um vínculo emocional e nos mantermos fieis ao DNA da marca”.
Um exemplo são as viagens de trem com 24 horas de duração promovidas pela rede de hoteis Belmond. À bordo, os clientes são surpreendidos com experiências gastronômicas, de entretenimento e descompressão. Uma forma de atingir o objetivo, detalhou a executiva, é surpreender a cada nível da arquitetura do produto.
As ações da LVMH nas flagships de suas marcas são um reflexo de como a companhia pensa em criatividade. É o caso das decorações de Natal nas lojas da Dior em cidades como Paris e Nova York. Entre ações que refletem o compromisso com o planeta, a Tiffany & Co utiliza sua cor característica para conscientizar sobre a preservação dos oceanos frente aos efeitos do aquecimento global sobre os oceanos. A marca realizou buscas por cores semelhantes em diversas partes dos oceanos ao redor do mundo, expandindo o simbolismo de sua cor e reforçando o compromisso de contribuir para a proteção de 30% dos oceanos do mundo até 2030.
“Quando estabelecemos valores compartilhados que são maiores que as próprias marcas, podemos expandi-las para um universo cultural mais amplo”, defendeu.
Os latino-americanos presentes na apresentação vibraram com a inserção de ícones do futebol, como Pelé e Maradona, em para a Core Values Campaign. Junto a Zidane, a dupla joga a uma partida de pebolim no Café Maravillas, reforçando a viagem como um valor fundamental da marca. Da mesma campanha, participaram nomes como Lionel Messi e Angelina Jolie.
As flagships também exercem papel importante nesta estratégia, uma vez que representam símbolos da marca, encorajando os consumidores a libertarem seu espírito viajante e abordar conversas sobre a cultura.
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