Lições do futebol espanhol para os brasileiros
De um lado, a exibição de gala do Barcelona no Mundial de Clubes. De outro, a receita de sucesso do time que mais fatura no mundo, o Real Madrid
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20 de dezembro de 2011 - 10h30
Desde o domingo 18, o futebol brasileiro vive uma fase de análise. O Barcelona do genial Messi derrotou o Santos de Neymar por 4 a 0, arrebatando não apenas o título mundial de clubes como também provocando um movimento de questionamento que promete se estender por mais tempo – e que acende o sinal de alerta para quem sonha com o troféu da Copa do Mundo de 2014 na mão do capitão da seleção brasileira.
Nesta terça-feira, 20, três dos maiores jornais do País estamparam em suas capas chamadas para a grande discussão do esporte destes dias. O Globo vai direto ao ponto, em letras garrafais e no alto da primeira página: "Uma lição para o futebol brasileiro". A manchete do caderno de esportes de O Estado de S. Paulo aponta: "Barça leva futebol brasileiro ao divã". E na Folha de S. Paulo a capa do mesmo caderno destaca: "Enquanto Barcelona encanta com seu toque de bola, futebol brasileiro se afasta dela".
A crônica esportiva é pródiga em comentários. O Barcelona pratica o futebol que o Brasil esqueceu. E se tivermos a pretensão de atingir o ponto máximo do esporte, o título da Copa, este é o momento de se fazer algo.
Mas, além das quatro linhas, é preciso observar que não é somente o Barcelona que mostra que é importante tomar as lições desde já. Outro clube espanhol, por sinal o maior adversário do time azul-grená, também tem o que inspirar ao Brasil: o Real Madrid. Deixando-se o futebol para os esportistas, é necessário se pensar ainda no modelo de atuação de cada um desses times. O Barcelona, por exemplo, investe fortemente nas categorias de base. E esse é apenas um dos pontos.
Sobre gestão do esporte, marketing esportivo, estratégia de negócios, pode-se aprender muito com o Real Madrid. Meio & Mensagem foi atrás de algumas dessas respostas.
Negócios do futebol
Apontado pela Deloitte no estudo Football Money League como o clube que mais fatura no mundo, o Real Madrid (atual líder do campeonato espanhol) encontrou o modelo adequado para garantir seu crescimento. É o que demonstra a evolução da receita da equipe merengue – como é conhecida – de 2000 para cá. Se 11 anos atrás, eles movimentavam 100 milhões de euros, devem fechar agora com 500 milhões de euros.
No relatório da Deloitte, o Real Madrid obteve na temporada passada uma receita de quase 160 milhões de euros com a transmissão de seus jogos pela TV – o clube tem um acordo com a MediaPro, que responde pelo conteúdo da Liga Espanhola exibido na televisão, que lhe renderá 1,1 bilhão de euros até a temporada 2013/2014. Com bilheteria, a arrecadação chegou a 11,6 milhões de euros. E com as parcerias comerciais outros 150,8 milhões de euros.
Os projetos comerciais (patrocínios, merchandising, licenciamento, tour e amistosos) estão entre os motivos de o time espanhol ter deslanchado tanto nesse período de 11 anos. Mas a principal razão foi a profissionalização da administração e do marketing. Quem explica isso é Alfonso Roberes, gerente de parcerias internacionais do Real Madrid, que conversou com a TV Meio & Mensagem sobre o modelo de negócios implantado pelo clube em 2000, quando Florentino Pérez assumiu a presidência.
Nesta entrevista (confira abaixo), Roberes fala dos dois fatores fundamentais que levaram a equipe merengue a chegar a essa receita de 500 milhões de euros – exatamente os direitos de televisão e as parcerias comerciais. E é claro que o clube pretende faturar mais. Para isso, investe na expansão da marca globalmente. Isso quer dizer levar o nome Real Madrid a mercados distantes mas nos quais se identifique a ligação dos fãs de futebol com o time madrilenho.
Foi encomendado um estudo para localizar essas praças. Uma delas é a Ásia. No verão europeu passado, o Real Madrid excursionou pela China, onde conta com 150 milhões de fanáticos pelo clube – no mundo todo, segundo Roberes, são 500 milhões de apaixonados. Outro mercado é a América Latina. E, dentro da região, o Brasil atrai alto interesse. Especialmente devido aos megaeventos esportivos. “Haverá muitos investimentos em estádios, em infraestrutura. Isso reforçará o País e os clubes. Será bom para fazermos amistosos no Brasil”, contou o executivo.
Esse intercâmbio pode ser benéfico tanto para o esporte quanto para o lado dos negócios dos clubes brasileiros. É um caminho, mas outras possibilidades devem ser estudadas. Como ficou claro depois do show que o Barcelona apresentou aos olhos dos brasileiros, a reflexão sobre o que vive hoje o esporte mais popular do País é importante.
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