Opinião: o que aprender com a Black Friday
No Brasil, o tão bem-sucedido evento deste ano gerou R$ 870 milhões em vendas. O resultado derrubou mitos
No Brasil, o tão bem-sucedido evento deste ano gerou R$ 870 milhões em vendas. O resultado derrubou mitos
Meio & Mensagem
10 de dezembro de 2014 - 10h35
Por Fabio Coelho, diretor-geral do Google Brasil
Os resultados da quinta edição da Black Friday brasileira, realizada na sexta-feira 28, mostraram a importância ímpar que a data conquistou entre empresas e consumidores. As vendas online no dia superaram os R$ 870 milhões, mais de seis vezes o faturamento da data em 2012, de R$135 milhões. Importada do calendário de varejo americano, a Black Friday provou ser uma realidade mais do que consolidada no Brasil. O tão bem-sucedido evento deste ano levantou o consumo varejista do trimestre e derrubou alguns mitos ou interpretações de anos anteriores, a seguir:
1) A Black Friday não é uma fraude — Apesar da insistência da imprensa nacional em caracterizar a data pelo nome de Black Fraude, e constantemente reportar apenas as reclamações de uma minoria entre os que vão às compras, o investimento das empresas para melhorar o atendimento e de fato oferecer melhores negócios e a experiência positiva dos consumidores nas edições anteriores nos forçam a reavaliar essa noção. Motivados por descontos de até 90%, na sexta-feira 28 os consumidores realizaram mais de dois milhões de pedidos por meio da internet, de acordo com levantamento do Busca Descontos, idealizador do site BlackFriday.com.br no Brasil. O número de reclamações não chegou a 1% do total de transações realizadas online. Se a experiência foi ruim para alguns, é resultado novamente do número maior de consumidores que participaram, mais uma vez acima das mais ambiciosas expectativas.
2) A data foi adotada pelos brasileiros — Engana-se quem acha que a data é uma febre passageira do varejo. Em setembro, dois meses antes do evento, a busca do Google já apontava o interesse crescente dos brasileiros, quando a procura pelo termo “Black Friday” cresceu 70% em relação ao mesmo período do ano passado. Com a proximidade da data, o interesse aumentava. Na primeira quinzena de novembro de 2014, o volume de buscas pelo termo foi 300% maior do que o mesmo período de 2013. O Google, que em 2013 respondeu por 30% da origem para sites varejistas na Black Friday, aumentou sua representatividade para 34% este ano.
3) O smartphone mostrou sua força — Aos poucos, os dispositivos móveis deixam de ser coadjuvantes para se tornarem protagonistas nas vendas online. Em 2013, uma em cada 20 compras online foi realizada pelo smartphone. Na Black Friday deste ano, é provável que esse número tenha dobrado. O movimento já era esperado. A cada dez minutos, cerca de 72 milhões de smartphones são usados pelos brasileiros. De acordo com o eMarketer, 56% dos usuários usam seus smartphones para pesquisar sobre produtos. Na estimativa do Google, em algum momento de 2015 as buscas em mobile no mundo devem exceder as buscas de desktop. Quem mais se beneficiou do uso do smartphone foram as empresas preocupadas em oferecer versões mobile e aplicativos de suas lojas online fáceis de navegar.
4) Black Friday não se resume a eletroeletrônicos — Pacotes de viagens, joias, imóveis, suplementos alimentares. Embora a categoria de eletrônicos siga sendo a mais procurada (42% das buscas, segundo o Busca Descontos), o evento de descontos inspirou varejistas dos mais diversos setores e tamanhos a criarem ofertas para a data. Com a tecnologia para melhorar experiências de compra ao alcance de todos, empresas de pequeno porte com ideias criativas disputaram a atenção — e o bolso — dos usuários com os grandes varejistas. O maior beneficiado por isso foi o consumidor, que teve à disposição uma imensidão de ofertas.
5) O evento dura muito mais que um dia —Muitos varejistas souberam se aproveitar da popularidade da Black Friday para estender as suas ofertas por vários dias. No sábado pós-Black Friday, os sites ainda mostravam ofertas avassaladoras. Alguns, como a Netshoes, criaram eventos com duração de até um mês, como a Black November. Além disso, cada vez mais empresas e varejistas utilizam técnicas digitais para a criação de listas e o refinamento de sua segmentação, gerando informações e análises riquíssimas que foram utilizadas para aumentar sua eficiência e gerar mais vendas no Natal.
Em tempos difíceis, as pessoas buscam ainda mais o melhor negócio. Datas como a Black Friday, que movem uma massa ao consumo, estão aqui para ficar. São bem-vindas pelo consumidor. São uma oportunidade de negócio para todos.
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