Geraldo Leite
27 de abril de 2011 - 7h06
O tal do meio de campo
Eu queria poder contar com as coisas mais simples: a) quem produz; b) quem veicula e c) quem consome. Mas agora não é mais bem assim. Temos que voltar ao básico.
Lidamos com comunicação. Comunicação que leva ao consumo. Procuramos levar mensagens às pessoas que as façam consumir mais, melhor ou de certa forma. Para tanto, convencionou-se que o “certo” seria sempre falar com o máximo possível de pessoas (de potenciais consumidores) de uma maneira tal que a sua mensagem fosse suficientemente entendida e, é claro, que gerasse o consumo de determinado produto ou serviço.
A alma dessa comunicação é a criação, a mensagem; isto é, o que se quer dizer, o que não significa necessariamente o que é falado – mas o sentido que passa.
O coração dessa comunicação é a mídia, que vai concentrar a mensagem em certos órgãos ou espalhá-la para diferentes partes do corpo.
E é dessa polaridade ou harmonia que são construídas as melhores agências.
Bom, até aí nada de novo.
A questão é que de um tempo para cá essas funções ou divisões mais claras de trabalho ou de raciocínios se misturaram por demais.
Primeiro porque explodiram as formas de comunicação, como reflexo da digitalização e ao invés dos 5 meios básicos, hoje temos uma infinidade deles.
Depois porque o conceito de anunciante, aquilo que falávamos com letra maiúscula, pois era uma elite com capacidade de investir, ampliou-se sobremaneira, estando disponível à praticamente toda a empresa viva, desde a chegada da Internet.
Pra complicar, com tanta gente mandando mensagens pra a gente, e tendo chances de receber notícia ou entretenimento sem pagar nada (ou sem propaganda alguma), cresceu também a rejeição à propaganda – daí que todas as empresas olham para o conteúdo como uma alternativa interessante para se manter um link com os consumidores.
Nesse cenário novo e inusitado, existe um meio de campo que está fervendo entre criação e mídia.
É preciso criar (ou adaptar) para tudo de mídia que existe – e isso não está sendo feito.
É preciso olhar para os veículos, identificar a riqueza dos conteúdos e ver como isso pode ajudar os clientes – e isso também só esporadicamente está sendo feito.
Quem se habilita?
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