Amir Somoggi
27 de junho de 2011 - 4h34
O momento atual, em que as obras para os estádios da Copa de 2014 caminham lentamente, faz com que a opinião pública questione se a Copa de 2014 será um sucesso ou fracasso. Em minha opinião o mercado brasileiro já perdeu uma grande oportunidade de atrair investimentos privados para a construção de novas arenas.
O investimento de grupos privados na execução de projetos em megaeventos mostrou, em diferentes países, ser essencial para gerar um efeito multiplicador dos investimentos realizados na economia. Os setores que podem participar da construção e reforma dos estádios são: mercado imobiliário e construção civil; indústria do turismo e mercado hoteleiro; telecomunicações e TI; varejo; instituições financeiras; mercado do futebol e outros segmentos, que podem se beneficiar indiretamente.
Entretanto para atrair empresas privadas, o projeto de viabilidade das arenas deve conter uma análise de retorno sobre investimento adequando a oferta do empreendimento à realidade da demanda local. Além disso, o conceito mais bem sucedido de arenas multiuso no mundo envolve um ou mais times mandando seus jogos no estádio, fazendo com que cada partida realizada tenha um alto valor agregado em geração de receitas. Adicionalmente, deve conter a tendência de se converter em uma Arena 24/7, com atividades 24 horas, 7 dias por semana.
Assim a participação em quase a sua totalidade de recursos públicos para a construção dos estádios foi uma grande falha no projeto para a Copa de 2014 e infelizmente não trará os benefícios que os recursos privados no financiamento de novas arenas trouxeram, por exemplo, para a Alemanha. O futebol alemão se fortaleceu financeiramente graças aos quase 70% de participação privada na construção e reforma de seus estádios para a Copa de 2006.
O que podemos esperar são muitos elefantes brancos, financiados por recursos públicos, cujo objetivo é muito mais político do que econômico.
A Copa de 2014 será um sucesso, mas, após o Mundial, acredito que estaremos mais para a África do Sul que para a Alemanha.
Mesmo o Brasil sendo a bola da vez da economia mundial.
* Amir Somoggi é diretor de consultoria em gestão esportiva da BDO
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