Geraldo Leite
14 de novembro de 2011 - 3h48
A história da nossa comunicação é marcada pela disputa ou digamos assim, pacto, entre conteúdo & comercial ou entre editorial & publicidade.
Para ter a melhor informação ou o melhor conteúdo, fazemos um combinado: aceitamos os anúncios ou comerciais e o preço da informação ou da diversão sai mais barato – por vezes, gratuito.
É a tal da relação “Igreja & Estado” que foi implantada e os veículos mais sérios nos convenceram da necessidade de rezar por esse credo. Para aquilo que as redações preferem não aceitam assumir, convencionou-se carimbar como “informe publicitário”.
Quando não havia canais suficientes, essa era a regra do bom senso.
Só que o tempo hoje é outro e como a tecnologia é muito mais acessível, novas variações desse “pacto” tem sido formadas, ou, por vezes, tentadas.
Aliás, com tantos canais e com a dispersão inevitável da atenção, muitos anunciantes, para tentar garantir uma lembrança especial, começaram a incentivar soluções menos convencionais; ou seja, que possam explorar também a credibilidade que uma comunicação “não comercial” apresentaria.
Com tantos canais disponíveis, dá pra ter soluções puras de comunicação de produto, como também exclusivas de conteúdo; depende do interesse do cliente, ou do bolso do consumidor.
Nesse universo de opções, tem surgido ainda interesse por soluções intermediárias que poderíamos chamar de: “conteúdos dirigidos” (ao interesse de determinada marca) ou “comerciais de entretenimento” (uma espécie mais “light” de falar bem de um produto, hábito ou categoria, ou passar uma imagem).
Tudo isso ainda é pouco quando se pensa no futuro das redes sociais. Lá essa questão aflora, pois estamos como pessoas físicas, conversando com “amigos”, mas numa mistura onde o lado pessoa jurídica, comercial ou até político, convive lado a lado.
São momentos em que o “pacto” parece já estar superado, como se todos fossemos maduros o suficiente para distinguir o desejo real / necessidade, daquilo que somente te empurram.
Mas será que de fato, como meus pais já me diziam, não devemos recusar balas de pessoas estranhas?
* Geraldo Leite é sócio-diretor da Singular, Arquitetura de Mídia
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