Meio & Mensagem
22 de janeiro de 2014 - 9h23
Nunca saberemos as razões que levaram a orca Tilikum a matar a treinadora Dawn Brancheau, sua companheira de apresentação no Sea World de Orlando em 2010. Por mais que os idealizadores do documentário Blackfish – Fúria Animal (2013) tentem justificar a atitude como algo natural em se tratando de quem possui a alcunha de “baleia assassina”, a violência de Tilikum com a parceira de espetáculo ainda intriga cientistas e pesquisadores.
Não assisto shows com baleias assassinas, assim como não assisto o programa Cidade Alerta ou me atenho às capas de jornal com a estampa de criminosos, mas quero assistir o filme, de modestos 76 mil dólares, dirigido por Gabriela Cowperthwaite, que conta como caçar orcas, mantê-las em cativeiro e treiná-las para apresentações ridículas se tornou um negócio rentável, e ao mesmo tempo arriscado, no mundo do entretenimento.
O filme Blackfish tem causado problemas ao Grupo Sea World ao desenterrar, além de Brancheau, outras duas vítimas anteriores de Tilikum, comprovando a tese de que é impossível “domesticar” esses animais de algumas toneladas e que esse tipo de atração não cabe mais nos dias de hoje.
O cinema é o responsável por essa discussão e esse é seu grande mérito: promover o debate de ideias que não tem repercussão em outros meios de comunicação.
Na contramão do silêncio de Tilikum está a verborragia dos personagens do filme Confissões de Adolescente (2013) dirigido com maestria por Daniel Filho e Cris D’Amato.
O filme, baseado na série de televisão dos anos 90, tem o mérito de abordar diferentes assuntos através de um roteiro ágil e uma direção de arte competente e é capaz de divertir e entreter adolescentes de diversas idades.
Virgindade, gravidez, primeiro namorado, primeiro beijo, primeiro emprego, homossexualismo, bullyng, crise financeira, escolha de profissão entre outros, são tratados com competência por esse cinema que supera a ditadura do hermético mundo das drogas representada por obras como Bicho de Sete Cabeças (2000) e Paraísos Artificiais (2012).
Assim é o cinema, que desde o começo do século passado é capaz de transitar pelos mais espinhosos assuntos com qualidade, competência e liberdade. Nada mal para o meio que recebe míseros 0,3% das verbas publicitárias no Brasil.
Compartilhe
Veja também
-
Cimed amplia collab com Fini e lança gel dental e enxaguante bucal
Já foram vendidas 7 milhões de unidades dos produtos para o varejo farmacêutico e projeção é chegar a 100 milhões em 2025, com faturamento de R$ 1 bilhão
-
Avon amplia pontos de venda e reforça atuação omnichannel
Marca abre sua loja própria no Mercado Livre, chega à rede Bel Cosméticos e expande parceria com a Soneda
-
-
-