Alvos de polêmica: veja os cases da DM9 excluídos do Cannes Lions
Além de "Economia Eficiente de Energia", para Consul, agência devolveu Leões de trabalhos que abordavam a presença de microplásticos no sangue humano e a causa do povo Yanomani
Alvos de polêmica: veja os cases da DM9 excluídos do Cannes Lions
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Bárbara Sacchitiello
27 de junho de 2025 - 18h38
“Plastic Blood” era, até então, o trabalho brasileiro com mais prêmios no Cannes Lions 2025 (Crédito: Reprodução)
As decisões da organizações do Cannes Lions em cassar 2 trófeus conquistados pela DM9 pelo case “Consumo Eficiente de Energia”, criado para Consul, e a da agência, de retirar as inscrições de outras duas campanhas e devolver os prêmios que haviam conquistado, alterou o desempenho da agência e a performance final do Brasil no Cannes Lions.
No site do Festival, já não há mais qualquer registro sobre os três cases entre as peças inscritas pela DM9 nesta edição 2025.
Além do case para Consul, que havia conquistado Grand Prix em Creative Data e 1 Bronze em Creative Commerce, a DM9 diz ter investigado, internamente, e encontrado inconsistências nos trabalhos “Plastic Blood”, para a OKA Biotech, e “Death Gold”, para a Urihi Associação Yahomani.
“Após uma investigação conduzida pelo board da agência, constatou-se que três dos cases inscritos pela DM9 no Festival de Criatividade Cannes Lions deste ano apresentavam inconsistências graves relacionadas à veracidade ou legitimidade dos trabalhos apresentados”, declarou a agência, em comunicado divulgado nesta sexta-feira, 27.
“A DM9 pede desculpas, sem reservas, ao Festival de Criatividade Cannes Lions, aos jurados que dedicaram seu tempo e cuidado para avaliar seus trabalhos, e à indústria como um todo”, complementou.
A maior polêmica do Cannes Lions neste ano foi o case “Economia Eficiente de Energia”, que a agência criou para Consul e que foi cassado pela organização do Festival após a apuração de manipulações e incosistências no material enviado ao júri. O videocase tinha trechos de reportagem e de palestra do TED Talks manipuladas a fim de validar a repercussão do trabalho criado pela agência.
A crise gerada após a constatação das irregularidades causou o desligamento de Icaro Doria, então chief crrative officer da DM9, apontado como responsável pelo trabalho. A agência isentou o anunciante de qualquer responsabilidade e a Consul comunicou que não tolera manipulações e prometeu medidas cabíveis. Veja o case:
Já “Plastic Blood” foi um trabalho criado para a Oka Biotecnologia. Com a proposta de alertar para a quantidade de microplásticos ingeridos pelas pessoas, a agência e a empresa teriam extraídos os microplásticos presentes em mil bolsas de sangue e, a partir de um processo de diálise, transformado o material em peças decorativas. Esse trabalho, inclusive, era, até então, o mais premiado do Brasil nesta edição do Cannes Lions, tendo conquistado 3 Ouros (Brand Experience & Activation, Design e Print & Publishing), 3 Pratas (Brand Experience & Activation, Design e Industry Craft) e 2 Bronzes (Direct e Outdoor). Veja abaixo:
“Death Gold”, tinha, segundo a agência, a ideia de denunciar os efeitos do garimpo e da mineração ilegal para o povo Yanomami. Em parceria com a Urihi Associação Yahomani, a DM9 apresentou no Cannes Lions que o trabalho consistiu em gravar 50 certidões de óbito reais de indígenas mortos pela contaminação, violência ou negligência associadas à prática ilegal de mineração.
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