Meio & Mensagem
11 de fevereiro de 2014 - 10h31
Traindo minhas próprias expectativas não vou falar sobre o filme O Lobo de Wall Street (2013) do diretor Martin Scorsese e sim me dedicar a retratar a delícia que foi ler os dois grandes jornais paulistanos, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, na sexta-feira, dia 24 de janeiro.
Enquanto tivermos à nossa disposição críticas como as de Luiz Zanin Oricchio e Luiz Carlos Merten no Estadão e de André Barcinski e Alexandre Agabiti Fernadez na Folha, os arautos do apocalipse do meio jornal vão dar bom dia para cavalo.
Nesse dia cada um dos jornais publicou opiniões favoráveis e desfavoráveis ao filme exercitando com qualidade a função do contraditório e honrando a vocação do meio jornal. Prestaram um serviço para os leitores, para fita que se transformou em alvo da curiosidade do público, mas, principalmente, para os anunciantes.
Sim é para isso que os anúncios são criados, para conviverem lado a lado com conteúdos de qualidade. É a serviço disso que toda a cadeia de produção da propaganda está mobilizada, para que possa guindar a comunicação persuasiva à condição de coadjuvante relevante da informação/opinião.
Tivessem os profissionais, das agências, dos veículos e dos anunciantes, mais preocupados com a excelência dos conteúdos e menos com a tiragem, circulação, penetração, cobertura, pesquisa, adequação, CPM, GRP, TARP e que tais, e nós teríamos uma publicidade vocacionada a se equiparar em qualidade aos conteúdos dos meios que prezam esse aspecto, com reconhecido destaque para o meio jornal. Com ou sem papel.
Mas o fato é que os moderninhos de plantão gostam de decretar o fim dos meios por causa das fantasiosas obsolescências e isso tem contaminado a compra de audiência em veículos de qualidade. Parabéns aos anunciantes, aos criativos e aos mídias responsáveis pelos anúncios no Estadão e Folha do dia 24 de janeiro. São símbolos da resistência contra a mediocridade da propaganda.
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