Grupo Prada conclui aquisição da Versace por US$ 1,4 bilhão
Movimento foi anunciado em abril e dá origem a gigante de luxo italiana, concorrendo com grupos como LVMH e Kering
O Grupo Prada, dono de grifes como Miu Miu e Church’s, comunicou nesta terça-feira, 2, a conclusão da aquisição da Versace por 1,25 bilhão de euros, cerca de US$ 1,4 bilhão.

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O movimento, anunciado em abril, coloca a Itália nos holofotes do mercado global de luxo. O Grupo Prada é avaliado em cerca de US$ 15 bilhões em valor de mercado, e já vinha expandindo presença no mercado ao lado de grupos como o francês LVMH, que reúne marcas como Louis Vuitton, Christian Dior e Fendi; e Kering, com Gucci, Saint Laurent e Bottega Veneta, entre outras.
A marca italiana estava sob o guarda-chuva da Capri Holdings, detentora da Michael Kors e Jimmy Choo, desde 2018, quando adquiriu a grife da família Versace por US$ 2,15 bilhões. Donatella Versace, irmã do fundador Gianni Versace, deixou a cadeira de diretora de criação da empresa em março, após 30 anos – em seu lugar assumiu Dario Vitale, ex-Miu Miu.
Com a integração, Lorenzo Bertelli, herdeiro de Miuccia Prada e Patrizio Bertelli, assumirá a presidência executiva da Versace. As negociações, segundo Bertelli, começaram ainda na pandemia e amadureceram ao longo dos últimos anos.
Em comunicado, John D. Idol, presidente do conselho e diretor-executivo da Capri Holdings, afirma que a transação dará maior flexibilidade financeira para alavancar o crescimento e quitar dívidas, avaliadas em mais de 1 bilhão de euros. Além disso, acredita que a parceria com a Prada seja ideal para que a Versace siga para sua próxima era.
“Continuamos focados na execução de nossas iniciativas estratégicas em Michael Kors e Jimmy Choo para maximizar o potencial de nossas marcas icônicas. Olhando para o futuro, acreditamos que estamos no caminho certo para estabilizar nossos negócios este ano, ao mesmo tempo em que estabelecemos uma base sólida para a retomada do crescimento no ano fiscal de 2027”, disse Idol em nota.
Tamara Lorenzoni, mestre em gestão de marcas de luxo, avalia a transação não apenas como uma aquisição, mas também como um reposicionamento geopolítico dentro do mercado de luxo: “A Prada envia ao mundo a mensagem de que o luxo italiano volta a jogar em bloco, com identidade própria e musculatura suficiente para rivalizar com os conglomerados franceses.”