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Geek Economy, marketing a custo zero

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Ponto de vista

Geek Economy, marketing a custo zero


11 de novembro de 2011 - 12h21

Outro dia assisti a uma palestra na Espanha do CEO do Evernote, um aplicativo que ajuda a gente a lembrar das coisas e é um dos campeões de download (e compra) na Apple Store, intitulada justamente Geek Economy(*) e, a certa altura, descrevendo as características desse novo mundo, ele diz: Marketing zero!

Se você é familiar com o termo, me desculpe (ou pule esse parágrafo), mas acho que vale explicar: Geek Economy é um termo que vem sendo usado (não muito ainda, pois não achei na Wikipedia) para denominar esse mundo de APPs e APIs, onde há de um lado desenvolvedores (Geeks) e de outro um ecossistema (Apple Store, Android Store, APIs abertas, etc.) (Economy) que faz os produtos criados pelos desenvolvedores serem distribuídos, vendidos, o dinheiro da venda ser coletado, os projetos hosteados, e assim por diante. Ou seja, o dev (como eles são carinhosamente chamados) faz um aplicativo ou api (normalmente em casa, sozinho ou com um time de amigos), sobe numa store (ou plataforma) e, se for bacana e a galera gostar e comprar, ele recebe uma grana todo mês.

Em um mundo onde temos geekpreneurs de um lado, desenvolvendo apps bacanas e de outro plataformas que cuidam de todo o resto, o componente “marketing / comunicação” fica muito menos relevante do que já foi.

O CEO do Evernote radicaliza: “na Geek Economy um produto deve se vender sozinho… se não for bom o suficiente, investir em marketing é torrar dinheiro, não o faça de jeito nenhum!”.

Talvez ele esteja exagerando, ou forçando um pouco a barra, mas o desafio está posto.

Por um lado, os players da Geek Economy (e acrescentaria uma boa parte dos players digitais em geral) se defrontam com necessidades de verbas de marketing muito menores (o que é bom pra eles) mas, claro, se defrontam também com conseguirem fazer valer primordialmente os seus produtos/serviços (o que é bom, mas é radical) sem o apoio (ou empurrão, ou suporte, ou como queira chamar) de campanhas de comunicação.

Claro que marketing não é feito pra produto ruim, mas, produto ou serviço que tem que se vender sem marketing não é nada simples! Radical, na verdade. Contar que os consumidores achem, ouçam falar, ou viralizem seu produto é complexo, pra dizer o mínimo.

Aí no outro lado, publicitários em geral, on, off, 360, full, ou seja lá o nome que quiserem, começam a entrar em uma nova fase da comunicação onde os macro-conceitos estão sendo questionados, onde veículos e mídias não podem prevalecer, onde a cadeia de players é muito mais complexa, intrincada e interrelacionada e, finalmente, onde resultados são medidos o tempo todo.

Tivemos a web 1.0, do banner, do click, onde as coisas mudaram um pouco, mas basicamente se continuou no formato publicidade expositiva (com click). Agora vivemos a era 2.0, das mídias sociais, onde as coisas já estão bem mais complicadas e desafiadoras, especialmente com a presença constante do contraditório do consumidor, que agora tem muito mais voz…. e em breve teremos um mundo muito mais Geek Economy, onde além da publicidade ser ainda mais questionada, e mais radicalmente questionada, como fez o Phil da Evernote, o modo como ela se efetivará deverá mudar muito, mas muito mesmo em ralação ao que existe hoje.

Tempos de quebra de paradigmas e de saltos quânticos.

Lindo para quem saltar, aterrorizante para quem ficar parado!

(*) Bob Wollheim é empreendedor, sócio da Sixpix Content (ExpoY, youPIX e SMW) e sócio-fundador da Appies.co, uma aceleradora de Geekpreneurs, portanto esse artigo NÃO é isento e tem sim todas as intenções de valorizar esse mundo. Afinal, ele está empreendendo nele mas, nada do que ele escreveu aqui parece fake ou forçado para ele então ele acha que tá valendo sim! 🙂

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