Ponto de vista

Muitas medalhas em 2016

Jogos Rio 2016 serão um dos raros na história recente onde o país sede terá um desempenho melhor nas Paralimpíadas do que nas Olimpíadas

i 4 de setembro de 2014 - 12h27

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 serão lembrados por muitas boas razões, mas a quantidade de medalhas que o Brasil ganhará não deve ser uma delas.

Sim, teremos um desempenho melhor que nas edições anteriores graças a uma ótima safra de atletas e bons investimentos do governo no desenvolvimento dos esportes. Mas, infelizmente, não repetiremos os feitos dos mais recentes anfitriões dos Jogos de Verão. O Reino Unido acabou em terceiro em 2012 e a China em primeiro em 2008.

Mas quando as Olimpíadas acabarem, teremos uma ótima surpresa: os Jogos Paralímpicos. Nas últimas três edições o Brasil acabou em melhores colocações na tabela do que nas Olimpíadas.

A evolução é clara: de um respeitável décimo-quarto lugar em Atenas 2004 a um excelente nono posto em Pequim 2008, chegando ao sétimo em Londres. Imagine o que acontecerá em dois anos jogando em casa!

Se a maioria dos medalhistas Olímpicos no Brasil venceu por esforço próprio, dedicação e investimentos das famílias, a explicação para os Paralímpicos é mais simples: milagres.

Quase sem patrocínios e lutando diariamente com o preconceito e as dificuldades de um país que não está totalmente preparado para apoia-los, estes atletas conseguem dar o seu jeitinho para competir de igual para igual com os melhores do mundo.

Um dos exemplo mais famosos é Alan Oliveira. Nascido em Marabá, no Pará, teve ambas as pernas amputadas na altura dos joelhos com poucos dias de vida. Começou a correr no Brasil quando ainda era criança. Aos dezesseis anos foi prata nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, no revezamento 4X100 metros.

Quatro anos depois calou o mundo vencendo o atleta sensação mundial Oscar Pistorius na prova dos 200 m. A surpresa foi tão grande que Oscar só conseguiu mesmo reclamar injustamente que Alan havia trapaceado nas especificações de suas próteses de competição.

Alan é um exemplo entre tantos outros de sucesso no Brasil Paralímpico.

Por isso mesmo vale a pena começar a prestar atenção nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em setembro de 2016, logo após às Olimpíadas.

Os Jogos do Rio em 2016 serão um dos raros na história recente onde o país sede tem um desempenho melhor nas Paralimpíadas do que nas Olimpíadas. Se você gosta de esportes e de ver o Brasil no pódio, suas chances de sucesso são bem maiores do que você pensa.

wraps

Ricardo Fort é Vice-Presidente Sênior de Patrocínios Globais da Visa