O marketing impertinente
Acima de qualquer outro ?P? do marketing, o mais crítico de todos deveria ser o P da Pertinência
Após anos à frente de áreas de marketing e comunicação, uma coisa com certeza aprendi: acima de qualquer outro “P” do marketing, o mais crítico de todos deveria ser o P da Pertinência. Saber quando e o que comunicar. E saber quando calar.
Muitas vezes a comunicação mais efetiva é a não verbal. É falar menos e agir mais, aperfeiçoando produtos, serviços e relações. Com consistência. Com coerência.
O que dizer da declaração do Governo de que a estratégia para melhorar sua imagem será aumentar maciçamente os investimentos em publicidade?
Esse é o velho marketing, que ignora que uma marca se constrói no “conjunto das experiências geradas junto a todos os públicos com os quais se relaciona” – já dizia Ricardo Guimarães há mais de uma década!
Um ótimo exemplo foi a comentada e viralizada manifestação dos funcionários da Petrobras – “Sou melhor que isso # Sou Petrobras” -, público central na (re)construção da marca. Estes colaboradores certamente não se reconhecem na difusa e autopromovida campanha publicitária que promete algo como “superação”.
As pessoas querem ação e não intenção. São ações concretas que fortalecem a proposta de valor de uma marca.
Campanhas publicitarias pautadas em intenções mobilizam cada vez menos. Com sorte viram paisagem no já disputado break publicitário e podem muitas vezes gerar o efeito contrário – o descrédito.
É simples: em vez de dizer o que talvez você fará, vá lá, faça e depois conte para todo mundo!
E enquanto não tiver nada relevante para contar, o melhor a comunicar será um respeitoso e pertinente silêncio.
Monica Gregori é sócia fundadora da Cause