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Mídia

Crowdfunding garante rede Jornalistas Livres

Com doações que superaram R$ 120 mil em 45 dias, projeto de jornalismo independente obtém financiamento para estruturar site com reportagens pelo Brasil com foco em direitos humanos, justiça social e democracia


10 de julho de 2015 - 6h20

A rede Jornalistas Livres, um projeto coletivo e independente, nasceu de maneira rápida e urgente. No dia 11 de março de 2015, um grupo de jornalistas – da “velha e da jovem guarda” – decidiu cobrir as manifestações nas ruas programadas para o dia 15 de março, quando diversos movimentos encabeçaram um “Fora Dilma”. Diante da leitura que faziam da cobertura geral da mídia e do que consideraram ser uma “narrativa única”, esses profissionais se organizaram para fazer reportagens na web e oferecer um conteúdo alternativo ao apresentado pelos veículos tradicionais. “Depois, sentimos que não podíamos desmobilizar aquele grupo e continuamos trabalhando, já com o sentido de formar uma rede de coletivos de comunicação”, conta Eduardo Nunomura, jornalista e professor de comunicação que faz parte do projeto.

Em curto tempo, o grupo ganhou a adesão de profissionais independentes e coletivos (formado por repórteres, redatores, fotógrafos, cinegrafistas, editores, artistas, comunicadores, hackers, ativistas), todos unidos por conceitos que são a luta pela ampliação dos direitos humanos e sociais e a defesa irrestrita da democracia. O projeto tem a colaboração de mais de 50 produtores de conteúdo. A grande maioria são profissionais de São Paulo. Mas surgiram mais dois núcleos dos Jornalistas Livres: no Paraná e em Minas Gerais. E outras praças estão em formação, esclarece o grupo.

Os Jornalistas Livres divulgam suas reportagens pela mídia social. O projeto está hospedado também no Medium, uma plataforma para publicação de conteúdo. Mas para crescer era preciso mais. Assim, lançaram uma proposta de crowdfunding via Catarse. A meta era arrecadar R$ 100 mil para bancar, entre outras coisas, um site para veicular as reportagens produzidas em rede. Mas o grupo conseguiu mais do que pretendia nos 45 dias de ação no Catarse (ela se encerrou no dia 8 de julho). São mais de R$ 120 mil arrecadados, o que servirá para ajudar a expandir o conteúdo e ampliar a rede. Mesmo sem ainda ter fechado oficialmente a arrecadação, a rede já havia enviado repórteres para Brasília para cobrir desde uma manifestação de povos indígenas até a votação do projeto de redução da maioridade penal.

O grupo define como uma de suas metas seguir os atributos clássicos do melhor jornalismo (ineditismo das histórias, caráter provocador, abordagem original, excelência de textos, imagens e edição). Um dos desafios, a partir da criação do site, será encontrar meios de se viabilizar financeiramente. Por sinal, desafio de outros veículos, inclusive os tradicionais. “O crowdfunding foi, a um só tempo, a possibilidade de iniciar um movimento com recursos e provar que a força que nos move são as pessoas que ainda têm esperanças por um jornalismo de qualidade”, afirma Nunomura.

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