Para o Telecine, mercado de streaming seguirá crescendo
União entre AT&T e Discovery, anunciada na semana passada, deve acirrar a disputa no segmento de vídeo on demand; CEO da companhia avalia oportunidades
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Thaís Monteiro
24 de maio de 2021 - 12h08
Este ano, a Netflix comemora os dez anos desde que lançou seu serviço no Brasil em setembro de 2011. Desde então, e principalmente em 2020, o segmento de streamings de conteúdo audiovisual avançou exponencialmente em termos de quantidade, audiência, investimento publicitário e parcerias. A competitividade entre os players só tende a aumentar.
A AT&T, dona da WarnerMedia, anunciou sua fusão com a Discovery para unir seus ativos de mídia. No streaming, a empresa corresponderia a 15% do inventário de publicidade em vídeo, projetou Dave Morgan, CEO da Simulmedia. A nova empresa investirá US$ 20 bilhões em conteúdo, mais do que a Netflix investiu em 2020 (US$ 17 bilhões). A companhia será apenas menor que a Disney, mas ainda supera o investimento em conteúdo do conglomerado (US$ 15 bilhões). Também na semana passada, foi noticiado que a Amazon está em negociações para adquirir o estúdio de cinema MGM, responsável pela franquia James Bond, as séries The Handmaid’s Tale, Fargo, Vikings e o reality Shark Tank.
Enquanto não é certo como essas negociações impactarão no curto prazo o território brasileiro, as operações locais ainda têm na manga alguns lançamentos. Em 26 de maio, a WarnerMedia sedia uma coletiva para anunciar detalhes sobre o lançamento do HBO Max no Brasil. O HBO Max segue uma série de estreias ou relançamentos de demais VODs, como Paramount+, streaming premium da ViacomCBS, em março deste ano; o Pluto TV, AVOD também da ViacomCBS, em dezembro de 2020; o Disney+ em novembro; o Vix Filmes e TV, AVOD da plataforma de conteúdo Vix, em agosto; e outros tantos.Para Eldes Mattiuzzo, CEO do Telecine, quanto maior a oferta de players no mercado brasileiro, melhor para o consumidor, que vai poder escolher seus conteúdos audiovisuais e ainda selecionar mais de um serviço, montando combos de assinaturas de acordo com seu perfil de consumo. “Resta aos streamings entender seu usuário e entregar o que ele deseja da melhor forma possível”, afirmou. Ao Meio & Mensagem, o executivo compartilhou percepções sobre as mudanças do mercado.
Meio & Mensagem – Como você avalia o momento atual do streaming no Brasil em termos de segmento?
Eldes Mattiuzzo – O mercado de streaming no Brasil está superaquecido e em expansão. Considerando especificamente o audiovisual, que é o segmento do Telecine, seguimos a tendência mundial de aumento exponencial de consumo de vídeo. É claro que essa ascensão tem enorme influência do contexto da pandemia e dos períodos de isolamento, mas o nosso país reúne características especiais de consumo audiovisual antes mesmo da chegada da Covid-19. A principal delas diz respeito a uma emoção: a paixão. O consumidor brasileiro é, historicamente, um exímio consumidor de conteúdo audiovisual. Somos apaixonados por histórias. Nesse sentido, não por acaso, apesar dos inúmeros desafios do mercado brasileiro, temos ofertas locais estratégicas de diferentes e importantes players globais de streaming. E, não por acaso também, o consumo de streaming no Brasil aparece em segundo lugar no ranking de audiência do Ibope. No início da pandemia, o tempo médio de consumo de conteúdo por usuário aumentou mais de 50%.
Quais são os desafios na conquista do consumidor hoje?
Diante de tanta oferta e conteúdo, o principal desafio para conquistar o consumidor hoje é encantá-lo para ser parte da carteira dele. A profusão de conteúdos e a disputa entre telas e meios torna esse cenário ainda mais desafiador. Fidelizar um usuário por intermédio de uma conexão profunda, entregando conteúdo, mas também valores não tangíveis. O share of wallet é um desafio que fomenta a criatividade e a conversa constante com a audiência. Para conquistar o consumidor, é preciso conhecê-lo profundamente, considerando a diversidade e a pluralidade que compõem o público.
Ainda há possibilidades de crescimento do segmento?
O crescimento do consumo e da oferta de serviços de streaming já é uma realidade no comportamento do consumidor e nos hábitos dos brasileiros, e a tendência é só aumentar com o surgimento de novos formatos e modelos. As plataformas precisam estar atentas aos seus usuários para entregar conteúdo relevante e que faça diferença. No Telecine, os catálogos variados e os conteúdos exclusivos feitos por um rigoroso trabalho de curadoria que contempla a pluralidade da indústria e o interesse do usuário são nossos diferenciais.
Quais são as tendências que você enxerga para o segmento nos próximos anos?
A tendência é que o streaming continue crescendo de forma exponencial, tanto em consumo quanto em oferta e demanda. A possibilidade de assistir a um conteúdo global, seja em qual tela ou lugar o consumidor escolher, seguirá como uma das grandes forças dos serviços de streaming. Ao mesmo tempo, com essa ampliação do leque de opões para o consumidor, a escolha que antecede o play se tornará cada vez mais difícil. Por isso, cada vez mais, reitero a relevância da conexão genuína entre a marca e o consumidor. O usuário do Telecine, por exemplo, tem cinelists e trilhos para clusters específicos que compõem o nosso clube, trilhos que contemplam os nossos moods, vídeos curtos e assertivos que te contam os motivos pelos quais vale a pena assistir, e por aí vai. Esse valor de comunidade e recomendação personalizada humanizada serão essenciais para a tradução dos dados em experiências humanas memoráveis.
Como é ser um streaming brasileiro em competição com grandes conglomerados internacionais? Quais são os desafios?
Com mais de dois mil títulos e um catálogo dedicado exclusivamente a filmes, o Telecine é líder e referência em cinema no Brasil. Por ser uma plataforma segmentada, o Telecine entende o seu consumidor e oferece conteúdo relevante para seu público. E esse é o grande desafio: olhar para o público e entregar o que é primordial para o assinante. Mesmo com a diminuição nas produções devido ao cenário de pandemia, seguimos atentos a todos os mercados, negociando com estúdios parceiros, diferentes distribuidoras nacionais e independentes para entregar o melhor da magia do cinema.
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