Mídia
Publicidade digital deve se igualar à tradicional até 2023
Pesquisa da PwC projeta crescimento em formatos para podcasts, games e vídeo mobile no Brasil, impulsionados pelo maior acesso à internet móvel
Publicidade digital deve se igualar à tradicional até 2023
BuscarPublicidade digital deve se igualar à tradicional até 2023
BuscarPesquisa da PwC projeta crescimento em formatos para podcasts, games e vídeo mobile no Brasil, impulsionados pelo maior acesso à internet móvel
Karina Balan Julio
8 de outubro de 2019 - 7h00
Crédito: Stux/ Pixabay
A consultoria PwC divulga esta semana a 20ª edição da Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia. O estudo, feito em cerca de 53 países, mapeia a evolução de hábitos de audiência e investimento publicitário do setor. O estudo faz também projeções para o segmento para os próximos quatro anos. Globalmente, estima-se que o investimento das empresas em publicidade digital deve chegar a US$ 468 bilhões até 2023. Segundo a consultoria, no Brasil, esse investimento foi de US$ 3 bilhões no ano passado, valor que deve subir para mais de US$ 6 bilhões até lá.
O investimento em publicidade tradicional, no entanto, deve se manter relativamente estável, subindo de US$ 332 para 333 bilhões mundialmente, e de US$ 7 para 8 bilhões no Brasil. “Hoje o investimento em publicidade digital representa 30% da verba total de publicidade e deve alcançar 50% em 2023, como já acontece no primeiro mundo, onde o investimento em digital já superou o da publicidade tradicional”, conta Carlos Giusti, sócio da PwC no Brasil.
Os formatos que mais crescerão em investimento publicitário no País são podcasts, cujo investimento deve crescer 43% anualmente; vídeo online, com 27% de crescimento; e games online e eSports, com 17%. Os formatos que não apresentarão crescimento no volume total de publicidade são jornais e revistas impressos, além do rádio.
Podcasts estão entre os formatos digitais que devem ver crescer mais rapidamente investimento publicitário (Crédito: Pekic/istock)
O mercado de mídia e entretenimento como um todo, por sua vez, crescerá 5,5% ao ano no País nos próximos quatro anos, segundo a consultoria, índice maior do que a média global, de 4,3%. A região com maior crescimento no setor é o Oriente Médio e Africa, onde o crescimento esperado é de 8,5%. O Estudo mostra ainda que 83% das receitas globais de entretenimento e mídia estão distribuídas em 12 países, sendo que a maior parte do crescimento está concentrada em países como Estados Unidos e China.
No Brasil, o segmento movimentou US$ 36 bilhões no ano passado, um aumento de 33% em relação a 2014. O maior acesso dos brasileiros à internet e banda larga móvel está no centro desse processo. “O Brasil está no meio do caminho entre países maduros, como os Estados Unidos, e outros não tão maduros, como o Oriente Médio e África”, afirma Carlos Giusti, sócio da PwC no Brasil. Ele explica que as variáveis de crescimento do mercado de mídia e entretenimento estão relacionadas ao acesso e à infraestrutura de internet. “Países que já têm infraestrutura bem estabilizada têm participação mais expressiva no mercado global. Outros estão mostrando crescimento expressivo agora pois estão vendo o aumento na penetração de internet e a modernização da infraestrutura”, diz o sócio da PwC.
A banda larga móvel, no Brasil, atingiu 64% de penetração no mercado brasileiro em 2018 — versus 42% da banda larga fixa -, e deve chegar a 76% de penetração em 2023. O acesso a banda larga fixa deve se estabilizar em 45% em 2023.
A internet imóvel de alta velocidade, por outro lado, deve atingir 93% de penetração no mesmo período, índice que chegou a 58% em 2018. “O consumo de dados no mundo todo será pautado pelo acesso móvel. Com o 5G, por exemplo, o usuário conseguirá ter a mesma qualidade da internet fixa na internet móvel. Não veremos grandes investimentos em internet fixa, porque é uma modalidade que não faz mais tanto sentido economicamente. Empresas de telecomunicação estão investindo mais em internet móvel”, acrescenta Carlos.
CMOs buscam maior controle sobre a mídia
O consumo de dados deve se intensificar principalmente para fins de comunicação, navegação online, acesso a games, vídeos e mídias sociais. A penetração de TV por assinatura, por outro lado, deve cair de 25% para 24% até 2023.
“A tendência é que as pessoas passem a acessar conteúdo na TV via broadband, e menos em broadcast. Até um tempo atrás, as pessoas tinham gasto expressivo com assinaturas de alto valor, e agora estão cancelando pacotes como os de TV à cabo para assinar apenas serviços que utilizam. Estão diminuindo seu ticket médio absoluto, porém assinando mais plataformas. Na publicidade, começaremos a trazer a lógica do digital e da mídia programática para a TV, podendo ter a mesma parametrização e eficiência de métricas que se tem no digital”, afirma Giusti.
Apesar do crescimento, o Brasil caiu algumas posições no mercado global de mídia e entretenimento, da 9º para 11º posição. A queda se deve principalmente à crise econômica e grande variação cambial no último ano. Os resultados e projeções da PwC foram preparados através da análise de dados quantitativos e qualitativos de diferentes fontes, modelagem estatística e entrevistas com grandes players de mídia, reguladores e associações do mercado. A consolidação das informações foi feita em parceria com a empresa Ovum. O estudo leva em consideração todo o valor movimentado pelo mercado de mídia e entretenimento, como publicidade em diferentes formatos, assinaturas de serviços de vídeo, consumo de revistas e jornais, acesso a games, compra de ingressos de cinema e shows até assinaturas de serviços à cabo.
Compartilhe
Veja também
Como a ByteDance quer entrar na corrida da inteligência artificial?
Controladora do TikTok está desenvolvendo uma plataforma aberta para que usuários criem seu próprio chatbot, aponta jornal
Os vídeos mais populares do TikTok no Brasil em 2023
Retrospectiva da plataforma relembra momentos trends populares que engajaram a comunidade da rede