Revistas ampliam experiência no mobile
Imersão e vídeo 360° na Abril e a readequação de formatos tradicionais na Editora Globo dão nova perspectiva ao mercado
Imersão e vídeo 360° na Abril e a readequação de formatos tradicionais na Editora Globo dão nova perspectiva ao mercado
Luiz Gustavo Pacete
9 de agosto de 2016 - 10h06
No Fórum Aner de revistas de 2012, uma das palestras trazia o tema Mobilidade, O Que É Isso?. O mercado questionava o motivo de as revistas não terem conseguido realizar a conversão para tablets. A intensa escalada dos smartphones virou a página da discussão e colocou o foco na pequena tela. Na época, o Brasil tinha 10,9 milhões de usuários desse tipo de dispositivo. Em abril deste ano, o número de smartphones chegou a 168 milhões.
Essa penetração e a evolução de tecnologias como realidade aumentada e formatos como o vídeo 360º trouxeram novas possibilidades. Em junho, a Abril lançou o Mobile View (MV) na Veja e marcou uma nova fase em conteúdo multimídia.Em julho, Boa Forma, Claudia, Casa Claudia, Cosmopolitan, Elle, Estilo, Quatro Rodas, Saúde e Vip também aderiram.
O MV entra em nova fase, no entanto, será durante a cobertura olímpica de Veja. A revista lançou, na semana passada, o Guia Olímpico com 80 páginas e conteúdo acessível via smartphone que inclui vídeo 360º, infografia e outros recursos. “O aumento deferramentas e as possibilidades de captação e distribuição de conteúdo ocorrem em um momento que nossa redação vive uma integração definitiva”, diz Fábio Altman, editor-chefe da Veja.
Vídeo 3600 de Fabiana Murer, campeã brasileira de salto com vara, na Veja
Um dos destaques é uma entrevista com o velocista jamaicano Usain Bolt. “Em vez de irmos com um fotógrafo, como é de costume, levei um cinegrafista
que já foi preparado para fazer vídeo 360º, foto, vídeo-documentário e outras possibilidades que surgissem no momentoexplica Fábio. Um vídeo mostra Sherwood Content, vilarejo natal de Bolt, outro foca em Fabiana Murer, campeã brasileira de salto com vara. O projeto prevê a entrega, para um determinado segmento de assinantes, de óculos inspirados no cardboard do Google, para facilitar a visualização.
Para Walter Longo, presidente do Grupo Abril, o MV é o projeto que vai nortear as ações digitais da editora. “É a solução que melhor traduz a adição do digital aoimpresso. Ganham os leitores, que passam a interagir ainda mais com as marcas, ganham os anunciantes, que ampliam de maneira impactante as mensagens para seus públicos”, afirma Walter.
Em maio, a Exame, do Grupo Abril, investiu R$ 12 milhões em um aplicativo com conteúdo exclusivo. A Editora Globo também está remodelando todos seus apps com o objetivo de oferecer uma interação com o leitor mais amigável. “O foco é criar conteúdo que faça sentido para ser visto em celulares. Isso significa ser carregado rapidamente e com qualidade em todos os modelos.
Assim como rever formatos publicitários para que eles estejam adequados à tela e não prejudiquem a experiência dos usuários”, diz Alexandre Maron, diretor de
inovação digital da Editora Globo.A Globo Condé Nast, responsável pelos títulos Vogue, Casa Vogue, GQ e Glamour, tem realizado uma revisão completa
de suas soluções para mobile.
As revistas trocaram o ato de folhear pelo scroll infinito em smartphones, a partir deste mês. “A ideia é explorar a revista dentro do mobile. Não precisa ler a revista e depois entrar no site, já estará tudo no app”, relata Daniela Falcão, diretora editorial da Editora Globo Condé Nast. A mudança demanda um novo pensamento de toda cadeia de produção, desde jornalistas, cujo trabalho é mais estratégico e considera até mesmo os canais de vídeo online, como os recém-criados para a TV Vogue, e principalmente a arte, que teve de calibrar a análise multiplataforma. “Estamos olhando para o digital de maneira mais radical e assertiva”, afirma Daniela.
Colaborou Mirella Portiolli
Esta matéria está publicada na edição 1722 do Meio & Mensagem, de 8 de agosto, disponível exclusivamente para assinantes nas versões impressa e para tabletsAndroid e iOS.
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