Teles deverão intensificar conteúdo
Telefônica, Oi e Claro devem trabalhar com as várias plataformas que operam e principalmente com as operações de TV paga
A Telefônica/Vivo (Telefónica de España), a Claro/Embratel/Net (América Móvil) e a Oi devem intensificar os investimentos em conteúdo. O presidente do Grupo Telefônica Brasil (que abrange Telefônica e Vivo), Antonio Carlos Valente, afirmou que o grupo prevê investimentos de R$ 24,3 bilhões até 2014, parte dos quais serão destinados à expansão da operação de TV por assinatura. A Telefônica espera a aprovação final do Projeto de Lei 116 (PL 116), que deve acontecer nos próximos dias, para cobrar as licenças solicitadas pela TVA à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e começar a ampliar o serviço. “Dos mais de 5 mil municípios brasileiros, apenas 270 têm operações de TV a cabo. Em São Paulo, são apenas 71 localidades”, exemplifica.
Sobre o provimento de conteúdo e entretenimento, Valente explicou que as mudanças feitas pela Telefónica de España na semana passada criaram a Telefónica Digital (inclui Terra, Tuenti, Jajah, Telefónica I+D e Media Networks), unidade sediada em Londres que passa a ser responsável por todas as inovações na área digital e de conteúdo. No Brasil, parte do conteúdo da TVA e da Telefônica (Fibra TV, via fibra óptica) é fornecido pela Media Networks, integradora do Grupo sediada no Peru, que compra para DTH e parte é fornecida por unidade de conteúdo sediada em Miami, também do Grupo, que compra conteúdo dos Estados Unidos.
O presidente da Claro, Carlos Zenteno, disse que, a despeito das unidades Claro, Embratel e Net continuarem independentes, nada impede que ofertas conjuntas sejam oferecidas entre as três operações: “O conteúdo da Net e da Via Embratel (TV paga da Embratel) poderá, por exemplo, ser fornecido por vídeo on demand (VOD) na Claro”, afirma. O investimento da América Móvil nas três subsidiárias brasileiras deve ser de R$ 10 bilhões até o ano que vem.
Oi e Globosat
A Oi deve anunciar em breve o lançamento de um produto com a Globosat, disse o presidente da operadora, Francisco Valim. O executivo não quis antecipar os detalhes. A futura parceria com a Globosat faz parte da estratégia da Oi para tentar recuperar o gap no fornecimento de TV paga. Das grandes operadoras, a Oi e a TIM são as empresas que estão mais atrasadas na oferta triple play – TV paga, voz e dados. A Oi tem uma pequena operação de DTH e a TIM, por enquanto, não oferece o serviço.
Para oferecer TV paga em larga escala, no entanto, se for via IPTV (TV sobre internet protocol), a Oi depende da regulamentação do serviço. “Estamos num estágio baixo na oferta de TV”, admitiu Valim. A operadora deve investir R$ 5 bilhões até o final deste ano, dos quais apenas os serviços de TV deverão absorver pelo menos R$ 1 bilhão de recursos.
Os presidentes das operadoras discursaram durante o Futurecom 2011, evento que reúne os players de telecomunicações e acontece entre os dias 12 a 14 deste mês em São Paulo (SP).