ESG no mundo da telefonia móvel
Para que as organizações atinjam suas metas ambientais, elas precisam entender onde estão em suas jornadas de sustentabilidade
Para que as organizações atinjam suas metas ambientais, elas precisam entender onde estão em suas jornadas de sustentabilidade
29 de fevereiro de 2024 - 16h10
Sabemos que o ESG está na pauta de discussão de todas as organizações.
No segundo dia do MWC2024, as empresas de telefonia móvel falaram de seus desafios e oportunidades ao integrarem práticas mais sustentáveis e socialmente responsáveis.
ESG é a sigla em inglês para Environmental, Social and Governance. O termo se refere a um conjunto de critérios que avalia o desempenho das empresas em relação a aspectos como sustentabilidade, responsabilidade social, ética, diversidade, transparência e conformidade legal.
Como o ESG se aplica às empresas de telefonia móvel?
O ESG se aplica às empresas de telefonia móvel de várias formas, tanto nos aspectos ambientais, sociais e de governança, incluindo reduzir o consumo de energia, as emissões de gases de efeito estufa e os resíduos gerados pelas suas operações, infraestruturas e equipamentos, como antenas, torres, cabos, baterias e celulares.
Dentro desse contexto, o que mais tenho visto nesta edição do MWC é o tema da eficiência energética. De acordo com o GSMA Intelligence, atualmente 20% das despesas operacionais das operadoras móveis vêm do custo energético, o que é bastante impactante.
E isso fica mais evidente com a pressão pela redução de custos, o crescimento exponencial do tráfego de dados e o comprometimento com o “net zero”, onde há a necessidade de adoção de medidas de mitigação, adaptação e transição energética, buscando diminuir sua pegada de carbono e contribuir para o Acordo de Paris, que tem como objetivo limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final do século.
Nesse quesito, várias empresas estão trazendo soluções que vão desde processadores adaptáveis que trabalham com melhor eficiência energética e com maior performance. Vou citar alguns cacos, entre tantos: um exemplo é a Intel que trouxe ao MWC2024 processadores Sierra Forest, com 288 núcleos com um desempenho 2,7x maior por rack – comparado com a geração 2021, com 30% de redução no consumo de energia. Na prática, isso significa que ocupando menos espaço em um Data Center e consumindo menos energia, é possível realizar a mesma tarefa.
Outro exemplo é a MediaTek que demonstrou o uso do PDCCH Skipping – técnica que permite reduzir o consumo de energia dos dispositivos móveis ao utilizar os serviços de voz sobre NR (VoNR). O PDCCH é um canal que transmite as informações de controle para os dispositivos, como a alocação de recursos, o agendamento, o feedback etc.
Normalmente, os dispositivos móveis precisam monitorar constantemente o PDCCH para receber essas informações, o que consome muita energia. No entanto, quando o dispositivo está em uma chamada VoNR, ele pode prever o padrão de alocação de recursos com base nos quadros anteriores e pular o monitoramento do PDCCH em alguns slots, economizando assim a bateria. O PDCCH Skipping é definido no Release 17 do 3GPP, que é a versão mais recente do padrão NR. Na demonstração da MediaTek, vimos um ganho de 16,5% em comparação ao VoNR sem o PDCCH Skipping.
A “cloudificação” das redes móveis, RAN sharing, entre outras, também segue a linha de buscar cada vez mais otimização do uso da infraestrutura e ganho de eficiência energética. O maior desafio que vejo para todas as organizações é que elas têm que se adaptar aos desafios de sustentabilidade e, ao mesmo tempo, gerenciar o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas.
Para que as organizações atinjam suas metas ambientais, elas precisam entender onde estão em suas jornadas de sustentabilidade e a investir em se tornarem mais orientadas por dados para medir de forma transparente seu progresso e tomar decisões com base em informações confiáveis. Para isso, a parceria com empresas de tecnologia me parece algo fundamental.
Compartilhe
Veja também