MWC 2024 mostra que a capacidade de gerenciar dados é o segredo de uma economia inteligente
Dados, algoritmos e poder computacional são os três pilares da indústria de IA.
Dados, algoritmos e poder computacional são os três pilares da indústria de IA.
27 de fevereiro de 2024 - 15h07
Visitar o MWC Barcelona 2024 é constatar que a tecnologia está avançando a uma velocidade jamais vista na História. No momento, estamos acompanhando a convergência das chamadas tecnologias exponenciais – aquelas que dobram de desempenho em um curto período de tempo. Entre elas, podemos citar conectividade de banda ultra-larga, a computação em nuvem e a inteligência artificial (IA). No entanto, engana-se quem pensa que esses avanços representam uma ameaça. Precisamos perceber essas mudanças como horizontes de desenvolvimento econômico e social que se abrem para nós e que devem mudar, já na próxima década, todos os aspectos de como trabalhamos e consumimos produtos e serviços.
A inteligência artificial aplicada aos setores industriais é o que há de mais recente nesta linha de tecnologias que aceleram o mundo. Em 2020, a economia digital do Brasil era de cerca de R$ 1,4 trilhão, correspondendo a 19,4% do PIB, com mais de 10 milhões de empregos. Até 2025, deve chegar a R$ 2,6 trilhões, respondendo por 25,5% do PIB e mais de 14 milhões de empregos. O debate sobre a transformação digital e a inteligência artificial avança em todos os setores produtivos. Isso se deve ao fato de que a nova fase da industrialização está intimamente ligada à capacidade de incorporar as tecnologias digitais aos ambientes fabris e de criar novos empreendimentos baseados na digitalização.
Dados, algoritmos e poder computacional são os três pilares da indústria de IA. A força por trás desse progresso está na infraestrutura computacional composta por grandes conjuntos (clusters) de IA, que são usados para treinar modelos básicos com milhares e até dezenas de milhares de unidades de processamento neural (UPNs). Em essência, o poder da computação tornou-se o pilar da IA e do emergente metaverso, desempenhando um papel cada vez mais importante na economia digital.
Veja-se um exemplo de aplicação no setor bancário. São milhões de transações acontecendo ao mesmo tempo e inúmeros dados trocados em questões de segundos em todo o mundo. O aprendizado de máquina, associado à análise robusta, precisa, ágil e segura de dados permite que insights preciosos sobre o comportamento de consumo de cada cliente estejam ao alcance da mão. Isso proporciona a oferta de um conjunto amplo de serviços bancários customizados. Além disso, com o conhecimento gerado pelo aprendizado contínuo da máquina, são gerados novos modelos de negócios que aperfeiçoam e melhoram cada vez mais o sistema como um todo.
Para que todo esse processo funcione é necessário o poder computacional dos datacenters, centros de processamento de dados que gerenciam toda a computação na nuvem. Atualmente, as empresas não precisam mais comprar e administrar sua própria infraestrutura de datacenter individual. A nuvem como serviço é uma realidade que veio para ajudar os negócios a prosperarem.
No MWC 2024, estamos conhecendo como as novas gerações de datacenters integram as ferramentas digitais e oferecem computação customizada, segura e poderosa para atender às necessidades mais complexas de cada setor produtivo ao longo de sua jornada de transformação inteligente. Além disso, esses novos modelos levam em conta o fornecimento de energia elétrica em diferentes locais, bem como requisitos de serviços distintos entre indústrias em uma mesma região, oferecendo poder de computação sustentável e adequado às peculiaridades de cada negócio.
A transformação digital gera eficiência e reduz custos operacionais, criando valor para as empresas e para a economia como um todo. A previsão é que, até 2030, estruturas de datacenters integrados passem a permitir tráfegos de enormes quantidades de dados de maneira ultra rápida. Recentemente, a China apresentou um conceito que visa conectar todos os datacenters do país e formar uma grande rede de infraestrutura computacional. Isso deve acontecer nos próximos anos, conforme o poder de processamento aumentar e as conexões de banda larga, como o 6G, chegarem.
Uma infraestrutura nacional de datacenters, aliada às aplicações de inteligência artificial nas indústrias e no setor público, são o segredo de uma transformação digital econômica bem sucedida. As nações que querem se desenvolver rapidamente precisam levar esses fatores em consideração. Esse é o divisor de águas entre um ambiente de negócios em que a riqueza estava escondida em meio à complexidade de dados inacessíveis em sistemas lentos e um mercado que consegue tomar decisões baseadas em conhecimento gerado pelo aprendizado da máquina. Nesse contexto, o próximo período apresenta excelentes perspectivas. É a tecnologia construindo agora economias dinâmicas, prósperas, digitais e sustentáveis.
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