Teles europeias se unem por mudanças regulatórias
CEOs de Vodafone, Telefónica, Orange e Deutsche Telekom defenderam que Europa está em risco de ficar atrás em termos de inovação tecnológica e investimentos em infraestrutura digital
CEOs de Vodafone, Telefónica, Orange e Deutsche Telekom defenderam que Europa está em risco de ficar atrás em termos de inovação tecnológica e investimentos em infraestrutura digital
Fernando Murad
27 de fevereiro de 2024 - 13h31
José María Álvarez-Pallete, chairman & CEO da Telefónica; Margherita Della Valle, CEO do Vodafone Group; Christel Heydemann, CEO da Orange; e Tim Höttges, CEO da Deutsche Telekom, subiram ao palco do Mobile World Congress (MWC) para pedir uma “rápida e radical mudança regulatória para garantir que elas continuem capazes de atender clientes, investir em redes e inovação”.
As gigantes de telecomunicação pleiteiam flexibilização ou mudanças em áreas como alocação de espectro e consolidação de mercado. Embora pedidos por alterações regulatórias sejam comuns, os CEOs ressaltaram que a Europa está em risco crescente de ficar muito atrás de outras regiões do mundo em termos de inovação tecnológica e investimentos em infraestrutura digital.
“Esse grande momento histórico é nada mais do que uma declaração de que alguma coisa tem que mudar no continente”, disse Tim Höttges. De acordo com o CEO da Deutsche Telekom, mais de 60% das operadoras europeias não estão faturando o suficiente para cobrir os custos de capital de investimento.
O chairman & CEO da Telefónica ressaltou, ainda, que as operadoras europeias precisam preencher um gap de investimentos da ordem de 200 milhões de euros. “Algo está errado e precisamos concertar”. “Estamos prontos para fazer nossa parte. Mas se precisamos fazer mais, também precisamos de um novo marco regulatório”, afirmou Margherita. A executiva da Vodafone fez referência à necessidade de tornar possível a consolidação de mercado, além de questões referentes ao espectro.
Christel citou a recém-aprovação da Comissão Europeia para a fusão da operação espanhola da Orange com a da Masmovil como uma sinalização na direção correta. No entanto, questionou se a indústria se moverá rápido o suficiente para acompanhar a velocidade de desenvolvimento de tecnologias como a inteligência artificial.
“Estamos perdendo a confiança do mercado de capitais, que nos dá o dinheiro para construir infraestrutura, e agora é o momento para esse tipo de posicionamento, que temos ouvido no último ano, se tornar realidade na legislação”, defendeu o CEO da Deutsche Telekom.
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