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Último dia de NRF

Tendências de consumo, tecnologia e experiência de compra marcam último dia da NRF


20 de janeiro de 2023 - 10h45

Foto: Reprodução

E mais uma NRF está chegando ao fim! No último dia do evento, acompanhei painéis que tratavam sobre as experiências de luxo, uso de Inteligência Artificial (IA) e realidade aumentada, tendências de consumo globais e o cenário para o varejo em 2023. Pude analisar empresas de diferentes segmentos do mercado que mostraram como, após tantos anos, ainda conseguem se manter relevantes por meio da incessante busca pela inovação, poder de adaptabilidade e reestruturação de modelos de negócios. O que posso afirmar com certeza, depois dessa imersão toda, é que é impossível retornar deste evento sem a compreensão de que tecnologia e varejo estão cada vez mais conectadas, seja na inteligência no backoffice, seja na interação com o consumidor, potencializando suas experiências — no digital ou na loja conectada. Como costumo dizer, não há inovação para o varejo que não tenha passado na NRF, e tudo o que presenciamos e ouvimos aqui nos faz retornar com a sensação de que é possível entender e realizar ainda mais e com o privilégio de termos tido acesso antes mesmo de virar uma realidade.

Comecei o dia com a palestra “Bringing innovation to multi-centennial brands: A conversation with LVMH Inc. Chairman and CEO Anish Melwani”. Reconhecida mundialmente por ser uma holding francesa especializada em artigos de luxo, a LVMH mostra que o legado pode trazer consigo inovações ano após ano. Durante a palestra, o CEO falou sobre como essas casas de luxo mais amadas do mundo continuam a brilhar no século XXI. Segundo ele, abraçar a tecnologia e inovação sempre foram feitos do grupo, que recentemente entrou para o mercado de NFTs e blockchain. Com NFTs, a Tiffany & Co, por exemplo, realizou um projeto de luxo, com os tokens sendo vendidos por cerca de 50 mil dólares. Em blockchain, a tecnologia permite a rastreabilidade de diamantes, permitindo ao consumidor saber de qual mina aquela pedra preciosa veio, mostrando a origem da matéria-prima. Ambas as tecnologias trazem ainda mais fidelização para um cliente que já está totalmente envolvido com a marca.

Outra sessão que atendi foi a “Revolutionizing luxury experiences: A conversation with Neiman Marcus Group CEO, Geoffroy van Raemdonck”, que discutiu a abordagem integrada de varejo de luxo da empresa Neiman Marcus Group, que possui um modelo de vendas assistidas impulsionadas por relacionamentos. Na ocasião, o executivo compartilhou as estratégias de crescimento da NMG para revolucionar as experiências para seus clientes. A NGM já é bastante conhecida no mercado por inovações e também por ser uma companhia inclusiva e diversa. Foi muito enriquecedor poder ouvir sobre as experiências do porta-voz e entender como são realizados os grandes feitos para cativar, cada vez mais, os consumidores.

Voltadas para temática tech, assisti aos painéis “Beauty’s blush with technology” e “Overcoming price challenges & anticipating ahead with AI produced by Impact Analytics”. A primeira focou na transformação da experiência de compra do consumidor por meio de IA e realidade aumentada. Nicolette Bosco, VP Divisional Business Manager for Beauty da Macy’s, Ophelia Ceradini, VP Digital Technology and Innovation da The Estée Lauder Companies, e Kelly Kovack, Founder and CEO da BeautyMatter, mostraram como varejistas e marcas estão resolvendo os pontos problemáticos do consumidor e firmando a fidelidade e as vendas.

Já na segunda, executivos da Impact Analytics, Vera Bradley e Carter’s debateram os desafios de preços em meio a uma recessão, inflação e problemas na cadeia de suprimentos. Eles compartilharam como as estratégias inteligentes de precificação de ciclo de vida e IA os ajudaram a superar desafios de preços únicos durante as festas de final de ano. Além disso, apresentaram insights sobre como a otimização de preços baseada em IA permitiu que migrassem de um modelo reativo para proativo, tornando-os mais estratégicos em 2023.

As duas últimas palestras que compareci foram especificamente sobre o varejo. Na “Top global consumer trends for retailers in 2023”, Michelle Evans, Global Lead of Retail and Digital Consumer Insights da Euromonitor, revelou os últimos insights do relatório anual de tendências globais de consumo elaborado pela empresa, que examinou os comportamentos e as motivações que direcionarão os hábitos de compra no próximo ano. Sem dúvidas, esse conteúdo foi essencial para compreendermos os movimentos de consumo e traçarmos planos para atender às novas demandas.

Durante a sessão “Retail redefined: 2023 and beyond”, o aspecto da lealdade dos compradores entrou em discussão sob as perspectivas de Rachel Dalton, Head of Retailer Insights da Kantar, e Christina Hennington, VP and Chief Growth Officer do Target Corp. As mudanças trazidas pela pandemia, que impactaram economicamente e socialmente as relações de compra, foram também debatidas a fim de desenhar o cenário do varejo deste ano, tendo como plano de fundo a evolução constante do comércio.

Visão de futuro

Desde sempre, entendemos que o varejo é um setor mutável. Não há como prever como serão as mercadorias, os consumidores, porque isso é uma transformação que ocorre ano após ano e rapidamente. As pessoas que compravam de determinada forma já não o fazem mais. Por exemplo, antes, íamos até às lojas físicas, hoje, o cenário é também fortemente online. Estamos lidando com novas gerações, novos desejos e vontades. Há muita novidade em tecnologia disponível, e o varejo está se preparando, a passos largos, para incorporá-la em suas jornadas.

Durante todos esses dias, vi experiências imersivas que, acredito, serão cada vez mais constantes no varejo e que não devem demorar tanto para vermos por aqui no Brasil. No primeiro dia de NRF, eu vi o Digital Mannequin, que achei interessante não só pela impressionante experiência de ver modelos reais, mas por entender o tamanho da inovação que liga uma vestimenta e como ela ficará no corpo e, com apenas um toque, poder colocar o modelo no carrinho e comprá-lo. Compreendo a complexidade para criar uma integração de sistema como esse, mas que superexperiência omnichannel! Hoje, produzimos conteúdo para a Geração Z, e logo virá a Geração Alpha. São públicos nativos digitais, que não respondem a soluções antigas. É preciso olhar pra frente. Sabemos que as lojas têm um papel importante na jornada dos consumidores, ouvimos isso muitas vezes nas palestras da NRF. Então, são lugares perfeitos para testar inovações como essa, e o consumidor está pronto como nunca para experimentá-las!

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