Assinar

A segunda onda de enchentes: as temidas fake news

Buscar

A segunda onda de enchentes: as temidas fake news

Buscar
Publicidade
Opinião

A segunda onda de enchentes: as temidas fake news

Quem é maldoso e traiçoeiro está nadando de braçada nestes dias, aumentando o trabalho de órgãos públicos, instituições, redações e especialistas destinados a segurar essa enxurrada de desinformação


9 de maio de 2024 - 15h46

A enxurrada de notícias falsas ao redor do estado gaúcho é alarmante. Experimente ir ao buscador e digitar Rio Grande do Sul – fake news. A lista é imensa; centenas de portais de notícias apontam diversos dados incorretos a respeito da maior tragédia climática do estado, desde os mais comuns, como chaves Pix falsas e a Polícia Federal que bloqueia a circulação de veículos com doações, até os mais dissimulados, como o uso de antibióticos para evitar contrair leptospirose por pessoas que ficaram submersas nas águas contaminadas por mais de 15 minutos. É como se voltássemos aos tempos da pandemia e nos lembrássemos dos discursos sobre o uso de cloroquina para prevenir a Covid-19.

Quem é maldoso e traiçoeiro está nadando de braçada nestes dias. Péssimo trocadilho. Falta educação, compaixão e apuração. Apuração para quê, se não sou jornalista? Os influenciadores com milhões de seguidores são fontes confiáveis? Vimos recentemente que Pablo Marçal e Nego Di, que juntos somam mais de 19 milhões de seguidores, propagaram notícias falsas.

Ah, mas minha amiga que compartilhou. Então é confiável. Cansei de receber nos últimos dias vídeos falsos acompanhados da tag “encaminhada com frequência”. E o aviãozinho da rede social? Imagine o estrago em uma situação dessas. E pensar que, como profissional de relações públicas, muitos clientes valorizam mais esse espaço do que a capa de um dos principais jornais da cidade de São Paulo. É o caos ao quadrado. Uma onda difícil de segurar e combater.

Trabalho dobrado para os órgãos públicos, as instituições, as redações e os especialistas destinados a blindar essa enxurrada de desinformação. É preciso ser ágil para monitorar, apurar e desmentir esses conteúdos, muitas vezes sensacionalistas ou antigos sobre a crise gaúcha. As equipes das agências Lupa e Aos Fatos que o digam.

Além desses dois perfis, também recomendo acompanhar o Estadão Verifica, o Nexo, o Canal Meio e a BBC Brasil, todos veículos sérios e muito empenhados em acompanhar de perto as atualizações verídicas sobre o Estado do Rio Grande do Sul. A Secretaria de Comunicação do Estado também está com uma landing page com dados atualizados sobre a tragédia. E, pasme, tiveram que providenciar uma aba justamente alertando a população para “não cair em golpes”.

São tempos difíceis. Na dúvida, não compartilhe: prefira enviar mensagens de apoio e fazer doações para iniciativas confiáveis. O Rio Grande agradece.

*Com revisão de Renata Giacobone, jornalista, nascida e criada em Porto Alegre.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Impactos do retail data

    Como usar os dados do varejo para guiar a estratégia de marca

  • O grande momento

    Ao mesmo tempo em que abre espaços para o reconhecimento a novas lideranças, o Caboré se mantém como principal palco para honrar pessoas e marcas consagradas por suas contribuições à evolução da indústria