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Opinião

A Band e seus cortes em tempos de crise

No âmbito esportivo, a emissora ainda tem dois eventos importantes a exibir: a Eurocopa, entre junho e julho, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro


4 de maio de 2016 - 14h27

A Band, que já foi considerada o “canal do esporte” nos anos 1980 e 1990, anunciou nesta quarta (03) que não vai transmitir o Campeonato Brasileiro da Série A de 2016.

A emissora transmitiu as últimas dez temporadas da competição, sempre em parceria com a Globo, detentora dos direitos. A alegação foi o agravamento da crise econômica, que impediu a sequência do licenciamento.

O anúncio pegou o mercado de surpresa. A Band já havia desistido de transmitir a Copa do Brasil e o Campeonato Carioca no início do ano, voltando atrás somente em relação ao certame do Rio de Janeiro.

No âmbito esportivo, a emissora ainda tem dois eventos importantes a exibir: a Eurocopa, entre junho e julho, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto.

Provavelmente também vão transmitir a temporada 2016-2017 da UEFA Champions League, mas isso ainda não foi confirmado – dificilmente a emissora abrirá mão dessa competição, que dá boa audiência.

Resta saber como ficará a equipe esportiva da Band. O canal prometeu que não vai fazer cortes, mas sabemos que, na prática, não é bem assim que funciona. São vários narradores, comentaristas e repórteres, agora com menor número de jogos transmitidos. A conferir.

A Band, aliás, sempre é uma das primeiras emissoras a realizar cortes em tempos de crise. No ano passado, surpreendeu ao anunciar o fim do Agora é Tarde, de Rafinha Bastos, que passara por reformulação pouco tempo antes, com muitos investimentos, inclusive em divulgação.

A emissora também desistiu do Polícia 24 Horas, retomando o projeto posteriormente, deu um ano sabático para o CQC, prometendo uma volta (improvável) para 2017 e fez cortes até na tradicional transmissão do concurso Miss Brasil.

Funcionários foram dispensados e a mídia noticiou que a Turner iria comprar parte da emissora. Nada feito, pelo menos até agora.

E esses cortes não vêm de agora. Em 1990, com a crise gerada após o anúncio do Plano Collor, a emissora liderou as demissões, junto com o SBT.

Foram dispensados 108 funcionários ligados às áreas técnica e de produção de shows. Programas foram extintos, a exemplo do Bronco, humorístico do saudoso Ronald Golias. A queda de faturamento foi de 30% nos primeiros meses daquele ano – a emissora esperava 20%.

Como a economia brasileira não tem perspectiva de melhora a curto prazo, vamos ficar atentos aos próximos movimentos envolvendo as emissoras, principalmente a Band.

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