Comunicação predatória não tem lugar na sociedade da informação

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Opinião

Comunicação predatória não tem lugar na sociedade da informação

Afinal, as audiências precisam ser informadas e não persuadidas


13 de abril de 2023 - 6h00

Uma marca precisa saber construir sua identidade e posicionamento, bem como seu desempenho de negócio, a partir de um trabalho de comunicação bem elaborado. (Créditos: Shutterstock)

O tempo da massificação de uma mensagem a qualquer custo ficou para trás. Não é sustentável e nem adequado na sociedade da informação. O acúmulo de capital que produz ícones é o puro suco da sociedade do espetáculo, em linha com um dos aforismos do Guy Debord. Por isso tais métodos truculentos já não cabem nos parâmetros da comunicação contemporânea.

Uma marca não pode ter mais um comportamento predatório em sua comunicação. Precisa saber construir sua identidade e posicionamento, bem como seu desempenho de negócio, a partir de um trabalho de comunicação bem elaborado. Além de anunciar seu propósito, produto e/ou serviço, a marca também precisa informar objetivamente suas audiências. Trocando em miúdos, a sociedade da informação carece ser informada e não persuadida.

Nossos tempos demandam a comunicação editorial proprietária, em nível profissional, publicada e gerida por marcas relevantes. Pois toda marca relevante tem efetivo impacto na sociedade e, ato contínuo, deve estar comprometida com sua evolução. Sobretudo, a partir do seu setor de atuação, onde é protagonista diante de diferentes e numerosos públicos.

Agora, se uma marca de grande impacto na sociedade concentra sua exposição exclusivamente para o desempenho de vendas, ela fatalmente opera sua comunicação sob um método de trabalho predatório.

Os indícios são claros: além dos formatos inconvenientes, da interrupção constante e da “performance” como único objetivo, esse tipo de trabalho de comunicação geralmente está desalinhado com o seu verdadeiro perfil de gestão e de trabalho. Não apenas pela flagrante atitude predatória exposta em cada anúncio, mas também por abster-se do seu compromisso de ser um agente de informação com credibilidade e relevância. Afinal, trabalho de comunicação em grandes marcas, na maior parte das vezes, é reflexo de valores, da cultura de trabalho e até de gestão financeira e contábil.

Por isso que uma marca relevante – na sociedade, no segmento e nas audiências – precisa ter seu propósito editorial claro. Esse movimento está em linha com os necessários critérios de governança e sustentabilidade. Toda marca competitiva em qualquer setor relevante (ex: agronegócios, finanças, energia, consumo, educação, saúde, etc) precisa ser uma fonte de informação de qualidade, fidedigna, objetiva e presente em seu setor – a partir de um processo de comunicação editorial em nível profissional.

Tal movimento vale tanto para marcas B2B lideranças em seus setores, quanto para marcas B2C de impacto na vida das pessoas. Além do dever de se estabelecer como uma fonte de informação editorial, as marcas publishers também entram no combate contra as fakenews ao mitigar os oportunistas – pelo menos em seu segmento – ao se credenciarem como fontes fidedignas de informação setorial.

A comunicação editorial bem estruturada por uma marca também renova o repertório de oportunidades para ampliação de autoridade e reputação. Essa disciplina ajuda a desenvolver a proficiência no trabalho com os dados primários (com ativos proprietários editoriais em compliance com a LGPD). Toda essa dinâmica, é óbvio, traz resultados consistentes e vistosos na geração de valor e negócios.

Afinal, uma organização que presta um serviço editorial de qualidade sobre seu setor e temas de domínio, vira referência de integridade das suas crenças, valores, propósito e princípios. Diante de uma sociedade que demanda informação correta e honesta neste oceano de desinformação. Assim, a profissionalização de sua comunicação editorial proprietária passa a contribuir para um cenário de informações mais saudáveis, em um processo de resgate da origem de conteúdo. Pois a mais crítica demanda das audiências é justamente por informação com procedência – e não mais por discursos persuasivos. E essa é uma oportunidade muito virtuosa para marcas competitivas na sociedade contemporânea.

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