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Opinião

Mercado gamer e o desafio da inclusão feminina

Segmento chama atenção de grandes marcas, mas ainda há falta de incentivo às mulheres no ambiente de eSports


8 de novembro de 2023 - 6h00

Já se foi o tempo em que jogos online eram para crianças ou os chamados “nerds” que viviam trancados em seus quartos. Segundo uma pesquisa da NewZoo, hoje, o Brasil é o terceiro país no ranking de entusiastas de eSports no mundo, ficando atrás somente de China e Estados Unidos e já gera um faturamento acima de 40 bilhões de dólares, de acordo com a consultoria Pwc.

Os números impressionam e vêm chamando atenção de grandes marcas que estão abandonando ações tradicionais para entrar no mundo dos eSports como Banco do Brasil, Mercado Livre, Submarino, Netshoes, Coca-Cola, McDonald’s, Red Bull e Nike.

Recentemente, O Boticário também anunciou uma série de ações dentro do mercado gamer, algo que levanta uma importante discussão: a falta de incentivo para mulheres dentro do universo de eSports. Um levantamento realizado pela Pesquisa Game Brasil mostra que 58% dos gamers brasileiros são mulheres e 51% do público atualmente é feminino. Mesmo sendo a maioria entre os jogadores, elas correspondem a apenas 10% quando se fala do cenário profissional. Além do alto assédio, a dificuldade de acesso e baixo número de campeonatos focados nelas, a falta de incentivo, principalmente financeiro das marcas e empresas é o principal problema.

A falsa percepção de que o público-alvo dos videogames é masculino fez com que os melhores salários, patrocínios e investimentos sejam direcionados para os jogadores homens e campeonatos masculinos. Com isso, vemos uma grande diferença entre os salários de mulheres e homens no mundo gamer.

Discutida amplamente em diversos setores, a equidade salarial entre gêneros no eSports é o primeiro passo para atrair ainda mais as jogadoras para o cenário profissional. As iniciativas existem, porém, ainda são feitas de forma isolada, sem um movimento concreto do mercado. As publishers podem – e devem – dar apoio para fortalecer o movimento e trabalhar projetos em parceria com essas marcas para, quem sabe, proporcionar um ambiente cada vez mais respeitoso e inclusivo para todos.

Somente assim, poderemos, além de atrair talentos e garantir uma qualidade de vida para essas mulheres, também conseguiremos atrair cada vez mais marcas patrocinadoras focadas no universo feminino.

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