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Amazon pode quebrar o duopólio Google/Facebook na propaganda global. Explico porque.

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Amazon pode quebrar o duopólio Google/Facebook na propaganda global. Explico porque.

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Blog do Pyr

Amazon pode quebrar o duopólio Google/Facebook na propaganda global. Explico porque.

A antes (e apenas) livraria online, tornou-se um dos mais diversificados players globais de negócios para o mundo 4.0. Mais preparado do que Google e Facebook em áreas que as duas companhias nem atuam e serão vitais para quem quer dominar o mundo no futuro. Veja onde e como.


24 de agosto de 2018 - 7h46

 

Estamos no limiar de assistir coisas (apenas por hipótese aqui) como a Amazon comprar Netflix. Ou o Google comprar a Disney. Ou a AT&T comprar a HBO. Ou o Google comprar a Globo. Ou a Apple comprar todo mundo. Sei lá. Mas entendeu o ponto aqui?

Consolidação. Mega-giga-tera consolidações globais. E eu nem coloquei aqui Tencent, Alibaba e Baidu, que são poderosíssimos players dessa mesma cadeia, que ainda nem entraram pra valer no tabuleiro ocidental.

Esse é o cenário, em que comunicação e marketing jogam um papel histórico transcendental para o futuro. Tudo isso vai passar por publicidade e consumo. E, portanto, vai passar diretamente por dentro (ou por cima, atropelando, dependendo de onde você for esperto o suficiente para estar nessa cadeia quando tudo isso acontecer) da nossa indústria, o que será nos próximos anos.

Mas voltando a Amazon, Google e Facebook, o que quero compartilhar com você aqui é que a Amazon, antes por todos nós identificada apenas como a maior livraria online do mundo (o que ela continua sendo), mudou só um pouquinho nos últimos 5 anos.

Transformou-se também no maior marketplace de ecommerce do mundo, depois no maior omniplace de varejo do mundo, depois num dos maiores provedores globais de armazenamento de dados do mundo, depois num comprador maluco do Washington Post (que porra esse tal de Jeff Bezos vai fazer com um jornal, dissemos todos, lembra? … conto já o que ele já fez com isso), depois no segundo maior player de streaming em OTT do mundo (segundo apenas em relação a Netfix), tornando-se assim, acho eu, na potência internacional melhor preparada para dominar a cadeia de marketing e comunicação global. Mais que Google e Facebook.

Veja.

Amazon comprou a maior operação de vídeo streaming games do mundo, a Twitch. E por que ele comprou a Twitch? Pra ficar passando vídeo games nas telinhas das lojas Whole Foods? Hummm, pensei muito, mas muito mesmo aqui, e cheguei à conclusão que não.

Amazon está lançando nos EUA seu serviço de music streaming, desde já considerado forte concorrente de Spotify e Google nesse setor. E isso seria porque o Bezos é um admirador de música? Pode até ser, mas também andei pensando muito aqui, e cheguei à conclusão que não. E nesse estupendo confronto entre meus dois únicos neurônios, também concluí que isso tem a ver com Echo e Alexa, as duas plataformas de voz que a Amazon desenvolveu e são hoje líderes desse business.

Analistas de mercado predizem que um eventual take over do mercado publicitário pela Amazon, superando Google e Facebook, poderia se dar exatamente aí, no âmbito da voz. Quando a internet das coisas se expandir e voz for o comando predominante, em função de Echo e Alexa.

Pode ser? Pode.

Mas não é só isso.

Além de ter se posicionado já como o segundo maior player global no mercado de OTT, dominado por Netlfix, a Amazon vem também ocupando espaço estratégico vital como uma fonte de receita relevante para redes de TV e os grandes estúdios de Hollywood (onde Google e Facebook nem passam perto). Leia o texto abaixo, da Bloomberg.

“Amazon has become a growing source of transactional revenue for TV networks, studios and other video producers selling movies and TV shows through Prime Video. According to an executive from a U.S. cable network that makes its TV shows available for rent and purchase on Amazon Prime, Amazon surpassed both iTunes and Google Play last year to become the biggest source of sales and rentals.”

No caso do Washington Post, que do ponto de vista de negócios é um dos menores de todo o império do Bezos, ele transformou o jornal numa das mais avançadas plataformas de dados para publishing do mundo, vendendo já esse expertise e essa tecnologia para outros publishers, mundialmente. Dados e tecnologia são já e serão cada vez mais dois pilares vitais para a evolução do mundo da comunicação, conteúdo, marketing e publicidade daqui para a frente.

Se Amazon já é um big player de conteúdo global (Google e Facebook não produzem conteúdo); de ecommerce (os dois não estão no setor e esse setor vai ser vital para a expansão dos negócios de publicidade online no mundo); joga pesado em armazenamento de dados e na inteligência de gestão de dados, graças a excelência da própria Amazon e, agora também, no mundo do publishing e entretenimento, graças a seus experimentos no Washington Post; detém a maior plataforma de video streaming de games do mundo; domina a tecnologia de voz, que será a base da comunicação no mundo das internet das coisas; ….quem você acha que está mais preparado para dominar toda a cadeia de marketing, comunicação e, de quebra, comércio, no futuro próximo?

Ponha seus dois neurônios também para trabalhar aí e depois me conta a que conclusão eles chegaram.

(*) Imagem do Wall Street Journal.

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