Novo calendário da CBF: impactos para o futebol
A entidade máxima do futebol nacional decidiu pela diminuição dos estaduais e ampliação das datas do Campeonato brasileiro
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, elogiou a mudança de calendário (Crédito: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou nesta quarta-feira, 1, durante um evento para a imprensa no Rio de Janeiro, as mudanças que acontecerão no calendário nacional do futebol a partir de 2026 até 2029.
Apesar de não serem inteiramente chancelados pela entidade, os campeonatos estaduais, como Paulistão, Campeonato Carioca, entre outros, foram os que mais sofreram com as alterações. Essas competições terão disponíveis, no máximo, 11 datas de janeiro a março, com uma redução de cinco jogos em relação ao que já acontece hoje.
Já a Copa do Brasil será completamente remodelada, com a presença de 126 clubes das séries A, B C e D. A competição começa com cinco fases iniciais e depois contará com a entrada de todos os clubes da Série A do Brasileirão. A final será em partida única, encerrando a temporada no Brasil. Para o ano que vem, já está marcada para 6 de dezembro.
Embora o Brasileirão não tenha sofrido nenhuma alteração em relação ao seu tamanho, sofrerá uma mudança significativa em seu esquema de datas. A principal competição nacional será iniciada em 28 de janeiro com final no dia 2 de dezembro.
Por enquanto, nesse esquema, as partidas dos estaduais acontecerão nos fins de semana, enquanto as do campeonato nacional acontecerão primordialmente nos dias de semana, respeitando as datas Fifa e as competições continentais – Copa Libertadores da América e Copa Sul-americana, ambas chanceladas pela Conmebol.
Além disso, um novo campeonato regional deve tomar conta das agendas dos clubes, especialmente aqueles que não disputarão as competições continentais. Com uma proposta semelhante a Copa do Nordeste e da Copa Verde, a CBF desenvolverá a Copa Sul-Sudeste, que acontecerá nos mesmos dias das competições internacionais.
As Séries C e D também ganham força com a ampliação do calendário e de competições para clubes menos ranqueados na CBF.
O que muda?
Um dos principais impactos atualmente será para as empresas transmissoras, especialmente as que trabalham com sistema de grade de programação (TVs aberta e por assinatura). Empresas de mídia nesse esquema fazem um planejamento pensado para a estrutura com e sem futebol.
A Globo, por exemplo, é detentora do Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. A emissora, no esquema atual, tem um gap de programação de futebol que acontece geralmente no início e no final do ano, trazendo ao portfólio a exibição de filmes e até mesmo um destaque maior para Big Brother Brasil, que geralmente acontece de janeiro a abril e agora terá o futebol presente nesse período.
Já a Record, detentora do Brasileiro e do Paulistão, afirma que não terá prejuízo no número de partidas, mesmo com a redução do estadual. “Faremos os mesmos 16 jogos, sendo que em algumas semanas, faremos 2 partidas por rodada”, explica Alarico Neves, superintendente comercial da emissora.
Segundo dados aos quais a reportagem de Meio e Mensagem teve acesso, para a LiveMode tanto a negociação de direitos, quanto comercial, não será afetada pelo novo modelo estabelecido pela CBF. A empresa que é uma das negociantes do Campeonato Paulista, buscará realizar negociações nos moldes do que hoje já acontece com a Uefa Champions League.
A competição europeia também passou recentemente por uma reformulação no seu modelo de vendas. A Uefa propõe que emissoras e plataformas adquiram direitos em vários mercados, ao mesmo tempo, além de permitir que uma mesma emissora garanta a exclusividade nos direitos globais de um único jogo ou de várias partidas.
Para o Paulistão, isso significa que tanto patrocinadores quanto detentores de direitos irão manter a qualidade e a quantidade média de jogos deve aumentar.
Além disso, com a criação de novos campeonatos, novas oportunidades para os players que visam entrar nas transmissões esportivas aparecem.
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