Pyr Marcondes
7 de maio de 2020 - 7h40
Edge Computing é computação perto de nós. É a migração dos pontos centralizados de distribuição das redes, que migram dos poderosos data centers (nuvem) localizados em distantes locais do globo, para centrais que ficam na borda (daí o nome) das redes, ou seja, aqui mais perto de nós. É, assim, uma descentralização desses nós de distribuição computacional centralizada de hoje.
E daí? Bom, daí que isso torna as redes mais rápidas para os usuários. A latência, que é o tempo que demora o acesso a tudo que acontece na internet, se reduz substancialmente. E toda essa nova agilidade contribui para uma eficiência maior de toda a cadeia conectada.
Esse que parece ser mais um assunto de Tecnologia da Informação – e é – tem tudo a ver com marketing, comunicação, vendas, conversão e e-commerce. Porque para todas essas atividades, desde distribuição de conteúdos, passando pela veiculação de campanhas, englobando todas as ações de marketing online e chegando até a ponta da conversão no varejo digital, toda essa cadeia, passa a funcionar de forma mais otimizada, potencializando resultados para todos os seus elos.
Como o Marcelo Barradas explica de forma mais técnica abaixo, a latência que temos hoje acaba por fazer com que os internautas deixem de acompanhar com interesse na internet tudo aquilo que não ocorra de forma imediata, ágil, veloz. Ele vai embora. Abandona uma compra no meio, deixa de clicar numa peça de campanha, não assiste a um vídeo, ignora um texto, enfim, vai em frente.
O Edge Computing vem para resolver em grande estilo essa ineficácia, de resto, prejudicial para toda e qualquer atividade ou negócio online.
Agora leia o artigo dele com um pouco mais de base para entender e passe a acompanhar esse assunto, que será bastante relevante para toda nossa indústria nos próximos anos.
O empoderamento do Edge Computing
Marcelo Barradas (*)
Apontada como uma das principais tendências tecnológicas por institutos de pesquisa como Forrester e Gartner, a tecnologia de Edge Computing deve ganhar um impulso ainda maior com a chegada do 5G e implementação de projetos de IoT. A expectativa é que se tenha no mundo 20 vezes mais dispositivos inteligentes conectados à edge do que em funções de TI convencionais até 2023. Tudo isso passará pelo empoderamento da edge computing nesta década, quando veículos autônomos, robôs e drones ganharão mais escala, se beneficiando dos recursos e funcionalidades da plataforma para melhorar a experiência do usuário.
A edge computing consiste em uma complexa arquitetura de rede descentralizada, que disponibiliza múltiplos servidores distribuídos em pontos estratégicos geograficamente, proporcionando agilidade, inteligência, confiabilidade e redução de custos. Dessa forma, as empresas – independente do porte e do setor – conseguem garantir a qualidade do processamento das informações, sem que o serviço seja interrompido, mesmo em momentos de pico, como a Black Friday. Imagine o prejuízo que um e-commerce pode ter se o processo de compra estiver lento? Provavelmente, o consumidor desistirá do produto e o varejista perderá uma grande oportunidade de gerar mais negócios.
A velocidade, um dos principais desafios do mundo atual, pode ser otimizada por meio do encurtamento de distância entre os servidores e os dispositivos. Com a plataforma de edge computing é possível diminuir a latência e o tempo de resposta, assegurando conectividade e alta performance. Resultado: as empresas podem melhorar a experiência do cliente, deixá-lo mais satisfeito e promover a fidelização.
Uma página da web que demore a responder tende a ser abandonada pelo consumidor. Se a página não carrega em até três segundos, 57% a fecham e 80% não tornam a visitá-la. Por isso, a importância de se investir numa tecnologia que traz vantagens não apenas pelo processamento na borda, mas também pelo redirecionamento inteligente da solicitação, levando o dispositivo do cliente a interagir com o servidor que oferece o melhor desempenho.
Com a inteligência inserida na edge, que pode ser o próprio dispositivo, os dados são processados nas camadas iniciais, de modo que o servidor principal só receba dados relevantes, aliviando o tráfego e o consumo de banda larga. Segundo o Gartner, 75% dos dados corporativos serão criados e processados fora do data center e da nuvem centralizada até 2025.
Outra vantagem da plataforma de edge computing é a redução de custos. Como o gerenciamento da rede fica a cargo do provedor, a empresa contratante não precisa pagar por recursos computacionais, que passam a ser otimizados em função do aumento da produtividade.
Devido aos seus recursos, a edge computing tende a dominar vários setores do mercado, englobando quaisquer empresas que utilizam a tecnologia em suas operações de negócios. Em constante evolução, a estimativa da Forrester é que os serviços de nuvem aliados à edge cresçam 50%, principalmente entre os provedores de computação em nuvem, empresas de telecomunicações e data centers, atentos à experiência do usuário.
A mudança gradual para edge computing vai virtualizar o mundo em níveis sem precedentes, combinando o poder de processamento local com o de computação quase infinito que se tem na nuvem. Com a chegada do 5G, a edge computing – mais empoderada – terá um papel fundamental na implementação da hiperautomação, que prevê a automação de tarefas mais complexas que requerem controle humano. Certamente será um passo importante para a criação de espaços mais inteligentes, conectados e seguros.
(*) Marcelo Barradas é diretor comercial da Azion. |