Pyr Marcondes
10 de setembro de 2020 - 8h10
Veja, quando compramos online, meio que tanto faz onde estamos, certo? Isso já era o novo normal desde que o normal era o antigo normal. Você se lembra.
Pois aí fomos todos para dentro de casa com a pandemia e o afastamento social. E sabe quem está vindo junto? A vitrine e o show room da sua loja preferida.
A mudança é que toda a lógica de concepção de vendas do varejo digital, que segue online como sempre, terá que evoluir um pouco mais para ser não apenas algo onipresente e omnichannel, como manda a tendência global, mas se transformar adicionalmente para atrair, engajar e converter um consumidor que está (e deverá seguir) muito mais dentro de casa do que jamais esteve. Em todo lugar, ok, mas prioritariamente agora em casa.
A forma de convencimento e o storytelling mudam. O uso de recursos visuais ampliados das realidades imersivas tende a crescer. A apresentação de marcas e produtos muda. Tendências como o live stream ecommerce, em que influencers ou vendedores apresentam produtos e permitem compra ao vivo no aplicativo, devem se expandir. Trata-se da reimaginação do varejo para a era das pandemias recorrentes.
Um exemplo: a Ikea. A marca era considerada já como uma das mais avançadas em AR para demostração de produtos e vendas. Agora comprou a IA Geomagical Labs, uma empresa que usa a tecnologia de visão computacional para permitir que os usuários digitalizem uma sala com todos os móveis novos virtualmente demonstrados no espaço da casa real. E o que é isso? Showroon dentro de casa.
Mas o maior sucesso tem sido mesmo o tal do live stream ecommerce, que na China deve dobrar de tamanho e chegar a US $ 129 bilhões em 2020. O comércio eletrônico de transmissão ao vivo tem o potencial de transformar completamente a experiência de compra online, em grande parte impulsionada por um ecossistema colossal de influenciadores.
O varejo dessa nova Era será o mesmo, só que outro. E não é que o show room da loja está agora bem aqui, no meu sofá?