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Prepare o seu adeus aos apps
Existem dezenas de milhões de apps no mundo, cada um pretensamente para resolver um problema específico da nossa vida, só que não
Existem dezenas de milhões de apps no mundo, cada um pretensamente para resolver um problema específico da nossa vida, só que não
Pyr Marcondes
2 de junho de 2016 - 10h13
Quantos aplicativos você tem no seu smartphone? (Não estou falando em tablets, de tablets falo ao final deste texto.) E dos que você tem, quantos de fato você usa diariamente ou com maior frequência? Vou chutar … uns 10 ou 12. Se errei, errei por pouco. Não sei quantos você instalou ao todo, mas cerca de 90% deles você não usa habitualmente. E nem deve voltar a usar. Estão por lá porque, bem, estão lá.
Existem dezenas de milhões de apps no mundo. Cada um pretensamente para resolver um problema específico da nossa vida. Só que não. Não é que não resolvam de fato um problema específico das nossas vidas, mas nas nossas vidas simplesmente não cabem milhões de apps. Não cabem no nosso cérebro, nem nos nossos aparelhos.
Fato é que, fique ligado, estamos diante de um turning point desses softwares. Eles vão se transformar em outra coisa, muito possivelmente em serviços na nuvem, na web, que não teremos mais que baixar em nossos devices. Algo muito mais razoável e útil e prático e lógico.
Chegamos lá já? Não. Estamos no limiar dessa mudança. A tecnologia existe e alguns testes já estão sendo feitos dessa nova tendência e isso deve se tornar algo mais tangível em pouco tempo.
Note-se aqui algo importante (já escrevi sobre isso aqui no ProXXIma e também no jornal Meio & Mensagem): os apps de hoje são ambientes fechados. Não são web. E daí? E daí que eles nos fazem sair da internet aberta, para um ambiente digital controlado, circunscrito ao propósito único para o qual aquele app foi desenvolvido. Pecado nenhum nisso. Mas quantos mais apps como os que temos hoje houver, menos estaremos na internet.
O impacto disso é a migração de pessoas e seus hábitos de um universo amplamente colaborativo, multi-integrado e globalmente relacional, para vários pequenos mundinhos de pequenos fins. Não sei se para você, mas para mim, isso provoca uma espécie de claustrofobia digital. E certamente, para olhar nosso próprio umbigo, isso não é nada bom nem para o marketing e nem para a comunicação das marcas e serviços.
Essa falta de ar dos quartos escuros dos apps como os conhecemos hoje, no entanto, ainda bem, está chegando ao fim e uma nova família de apps-serviços, habitando a web aberta da nuvem, virá.
Mas enquanto ela não se instaura de vez, veja que interessante.
O painel Nielsen Mobile Insights de Q4/2015 revela que, embora a penetração de smartphones na população de 18+ registre crescimento de 74% nos EUA em relação a igual período do ano anterior (é a revolução mobile em curso) e o tempo de uso de apps por pessoa também registre forte tendência de crescimento (é o amadurecimento do uso dos apps já conhecidos e habituais), na verdade o número de apps per capita se mantém relativamente estável desde 2012 (veja gráfico). Esse número por pessoa, numa medição mensal, aponta o estudo, fica numa média de 26 a 27 (no Brasil, imagino, esse número talvez seja metade do dos EUA, mas é um chute… talvez Nielsen possa nos suprir desse dado aqui do Brasil realizando levantamento semelhante). Não cresce. É o teto ao qual me referi aqui no início do texto.
Pois bem, o que me parece importante registrar aqui são duas coisas:
Por fim, sobre tablets. Eles também, como os apps, vão virar outra coisa em breve. Mas sobre isso escrevo outra hora.
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