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Criada por Tim Berners-Lee, WWW chega aos 25 anos
Hoje é o aniversário da apresentação do documento técnico que explicava a maneira de acessar arquivos em computadores interligados
Criada por Tim Berners-Lee, WWW chega aos 25 anos
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12 de março de 2014 - 9h42
POR SERGIO DAMASCENO
Do Meio & Mensagem
Há exatos 25 anos, Tim Berners-Lee estava na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) para entregar um paper que apenas delineava a troca de arquivos interligados. Esse singelo documento continha o esboço da internet (o protocolo http) que daria origem à internet comercial como a conhecemos.
Curiosamente, o CERN está instalado numa região interfronteiras, entre França e Suíça, e sempre funcionou como um hub de longa distância para a troca de conhecimento entre cientistas do mundo inteiro. Nada mais apropriado para o berço do que seria a World Wide Web (www), a teia global que, 25 anos depois, cobre 34,3% da população mundial.
Perguntar-se o que mudou nestes 25 anos é fatídico: estima-se que existam 2,12 bilhões de páginas na web, número que cresce a cada segundo; apenas o Google afirma que faz buscas em 30 trilhões de páginas únicas, o que dá mais de 100 bilhões de buscas na web por mês (eram 1 trilhão de páginas em 2008); somos 2.405.518.376 usuários mundiais e contando; postamos 125 bilhões de imagens no ano passado (via Facebook, Instagram e Flickr)!!! A ordem de grandeza na internet é da casa do bilhão e a armazenagem é contabilizada em terabytes e petabytes.
Foi a internet que deu ao mundo a possibilidade de conhecer a enciclopédia Wikipedia; as redes sociais – Orkut, Facebook, Twitter, Instagram; os vídeos engraçadinhos que tornaram-se virais e vídeos profissionais feitos com o objetivo de serem virais; personagens os mais distintos como o ex-agente da NSA Edward Snowden; o cantor Justin Bieber; o WikiLeaks de Julian Assange (que, olha só, já tem oito anos de estrada); o pitoresco Psy (Gangam Style), o primeiro vídeo do YouTube a chegar a 1 bilhão de visualizações em todo o mundo; o surgimento do video on demand, com a Netflix à frente; a possibilidade de substituir as chamadas de voz por mensagens de texto e até mesmo por Skype. No Brasil, descontadas as proporções, colecionam-se alguns cases de internet: Porta dos Fundos, Galinha Pintadinha, Felipe Neto, PC Siqueira, Bruna Surfistinha etc. etc.
É difícil falar de um meio jovem e tão profícuo. E quase impossível abarcar as transformações que a rede mundial provoca diariamente em todas as comunidades e pessoas em que opera. A aldeia global preconizada por Herbert Marshall McLuhan existe, efetivamente, quando se está em rede.
Nos EUA, a propósito dos 25 anos da web, a Elon University e Pew Internet Project tentaram prever os próximos capítulos dessa história recente. Mais especificamente, o que será a rede mundial em 2025. Ora espetacular, ora sombrio, o universo virtual (e real) que se desenha para a próxima década é surpreendente. Para o bem ou para o mal, a participação da world wide web na evolução da humanidade é inexorável:
– A internet será invisível, entrelaçada na vida cotidiana;
– Mais pessoas certamente terão acesso em nível mundial (basta lembrar que apenas um terço da população mundial está conectado);
– A disseminação da internet ajudará a conectividade global de forma a promover melhores relações e menos ignorância (ou seja, mais informação);
– Intensificação da internet das coisas (Google Glass, Samsung Galaxy Gear, Fuel Band da Nike);
– Ampliação da inteligência artificial;
– O big data tornará as pessoas mais conscientes do seu mundo e seu próprio comportamento;
– A realidade aumentada e os dispositivos portáteis serão implantados para acompanhar e dar feedback rápido, especialmente no que diz respeito à saúde pessoal;
– A consciência política e a ação serão facilitadas e tornarão as mudanças mais pacíficas; revoltas públicas, como a Primavera Árabe (e os protestos no Brasil), continuarão a acontecer;
– A propagação da ubernet (uma super internet) diminuirá o significado das fronteiras e as novas ‘nações’ das pessoas com interesses comuns poderão surgir e existir além da capacidade e controle dos atuais Estados-nações;
– A internet se tornará "internets" – acesso, sistemas e princípios serão renegociados;
– Haverá uma revolução com acesso à internet na educação que criará mais oportunidades;
– Divisões perigosas entre "ricos" e "aqueles que não têm nada" poderão se expandir e resultar em ressentimento e possível violência;
– Abusos e abusadores "evoluirão a escala";
– A natureza humana não muda – continuará a existir a preguiça, a intimidação, a perseguição, a pornografia, os truques sujos, os crimes etc;
– Governos e corporações tentarão reafirmar o poder e invocarão normas culturais e de segurança;
– As pessoas farão trocas para favorecer a conveniência e obter ganhos imediatos percebidos sobre a privacidade;
– Os seres humanos e suas organizações atuais poderão não responder de forma rápida o suficiente aos desafios apresentados por redes complexas;
– A maioria das pessoas ainda não percebe as mudanças profundas que as redes de comunicações já têm produzido; e
– Previsões prospectivas e precisas poderão fazer a diferença.
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