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Direct-to-consumer: modelo que encurta o caminho para o cliente
D2C facilita a experiência direta da marca com o consumidor e cria mais conforto nesse contato
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Valeria Contado
25 de março de 2022 - 6h03
Os hábitos de consumo no ambiente digital facilitaram inúmeras atividades envolvendo as marcas. Vendas que em período analógico só poderiam ser realizadas por intermédio de rede varejista, com representante de vendas e lojas físicas, agora podem ser feitas em canal direto com o cliente.
Esse tipo de modelo de negócios permite interação com o consumidor e coleta de dados muito maior do que quando passa por intermediário, já que, nesses casos, o fornecedor pode perder o controle das atividades que envolvem a venda e entrega para o cliente. O CEO da Gauge, Guilherme Stefanini, entende que o direct-to-consumer (D2C) tende a oferecer um pouco mais de conforto para o consumidor, além de experiências diretas com a marca. “São novos modelos de venda e geram conversa e relacionamento com o cliente”, afirma.
O executivo explica que existe movimentação de empresas que buscam aderir a esse modelo em sua base logística e que isso exige mudança na dinâmica empresarial. Stefannini cita o exemplo dos call centers, que são o ponto de encontro com esses clientes, e como devem estar treinados para responder dúvidas e atender as solicitações de forma que a experiência seja satisfatória, ou na área financeira, onde o profissional atenderá demanda menor em comparação ao que era quando prospectava para um grande varejista. “Na parte de cultura e modelo, principalmente quando se pensa em comunicação, tem que ter áreas de inteligência, conversa e pesquisa mais apuradas, indo muito mais na ponta”, explica.
Para a diretora de contas da Cadastra, Bianca Arnold, esse modelo de negócios entra no cenário para preencher algumas lacunas nas estruturas empresariais. A executiva afirma que, com os dados gerados por meio da aproximação que a indústria promove, as marcas podem incrementar os seus produtos, formas de venda, formatos e portfólios, atendendo melhor as demandas de seu consumidor e até mesmo a forma com que se comunica com ele. “Existem vários formatos que podem acontecer no D2C. A empresa pode criar o seu e-commerce, melhorar a parceria com os varejistas, com estratégia complementar dentro dos canais de venda ou, através de aplicativos, fazer venda que traga experiência para o usuário”, avalia.
Todo esse movimento foi potencializado pela evolução das plataformas de e-commerce. Atualmente, nomes como Mercado Livre, Shopee, Shein e Americanas, entre outros, se tornam facilitadores desse processo D2C. Stefanini define essa relação como um processo híbrido, já que os e-commerces fornecem a estrutura, atendimento e tecnologia, enquanto a indústria entra com o produto e entrega. “É um caminho híbrido e acelera a marca para ter entrada no digital. Do outro lado, para a marca é bom, tudo o que ela teria que fazer de atendimento já está pronto”, reforça.
Em relação ao marketing, a estratégia é olhar para o consumidor e seus desejos de forma integrada. Seja observando através de plataforma de e-commerce, que oferece mídia, ou cupons em relação a facilidades de entrega, para os pontos de venda, que também são assets de contato com o consumidor, ou em seus canais próprios. Bianca, da Cadastra, reforça que não existe o conceito D2C se não houver coletagem e estudo de dados. “Essa é a tendência. Conseguir enxergar e estar orientado a dados. Ter visão total da cadeia de consumo e ter isso implementado nas empresas”, diz.
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