Especializada em mídia programática, Rubicon Project chega ao Brasil
Com sede em Los Angeles, empresa há sete anos investe em sistemas de big data e automação de mídia. Na foto, Jay Stevens, VP da companhia
POR ISABELLA LESSA
ilessa@grupomm.com.br
A Rubicon Project, especializada em compra e venda de publicidade digital, inicia operações no Brasil com um escritório em São Paulo. A multinacional, que no início de abril lançou seu IPO, elegeu o País como o primeiro latino-americano para iniciar operações depois dois anos de pesquisa sobre o mercado brasileiro, que incluíram visitas às principais agências e publishers, como RBS Estadão e UOL. O escritório da Vila Olímpia já conta com um diretor de contas, Salomão Rodrigues Junior, que já atuou como gerente de ad tech e produtos na Abril.
“O Brasil vive um momento interessante, tem 90 milhões de pessoas com acesso à internet. Queremos contribuir com o crescimento da publicidade digital no País”, afirma Jay Stevens, vice-presidente da companhia e um dos keynoters no segundo dia do evento ProXXIma, em 7 de maio. Na ocasião, ele anunciará oficialmente a vinda da Rubicon ao Brasil, além de salientar a importância da mídia programática e da automação, bem como o futuro da mídia. “É importante salientar a importância de um ecossistema tão grande, que oferece oportunidades valiosas tanto para os donos de mídia quanto para anunciantes e agências”.
Apesar de a Rubicon trabalhar com mídia programática, o executivo prefere utilizar outra palavra para definir o que a empresa faz. “Automação é a soma do programmatic e do fluxo de trabalho. O primeiro oferece a possibilidade de impulsionar a eficácia da publicidade para que os compradores e vendedores obtenham um melhor ROI. O segundo trata-se da substituição dos processos manuais – e-mail, telefone, fax – que exigem muito capital humano, por um procedimento unificado que pode envolver a conexão de sistemas”, explica.
O Advertising Automation Cloud, principal produto da Rubicon, é um software que promete otimizar a troca de publicidade digital em tempo real por meio de recursos como Real Time Bidding, bidding estático e ordens diretas. A companhia também possui algoritmos que são capazes de analisar bilhões de dados com o objetivo de permitir aproximadamente 300 decisões em tempo real. Hoje, mais de 700 publishers – com IPC Media e Hearst entre eles – efetuam transações com mais de 100 mil marcas na plataforma.
O profissional também observa que cada mercado adota a automação de maneiras muito distintas entre si. “Reino Unido e França já têm processos bastante sofisticados, enquanto os mercados como o brasileiro e o italiano são mais fragmentados. O grande desafio para todos é acompanhar o ritmo acelerado das mudanças e adequá-las ao seu próprio mercado”.
Stevens reitera que o grande objetivo da empresa é possibilitar a monetização de inventário ao colocar a proteção dos publishers como prioridade. “O Google e o Facebook estão tirando vantagens enormes desse mercado, pois oferecem dados, alcance e até mesmo automação. A diferença é que nós não temos interesse em vigiar nossos clientes”.
A Magna Global estima que, só nos EUA, o investimento em programmatic display deve atingir US$ 7,5 bilhões neste ano. Até 2017, a companhia espera que o segmento alcance aproximadamente US$ 17 bilhões.