Opinião
Neste mês das mulheres, não dê só flores: ofereça espaço
Mais do que reconhecer a importância do empoderamento feminino, é preciso tomar decisões de impacto que levem a uma maior diversidade de gênero
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4 de março de 2021 - 6h00
Quis ser muito direta logo no título dessa coluna para deixar claro o que precisamos fazer o quanto antes. E veja bem, eu adoro flores. Só que, a cada 8 de março — dia internacional da mulher —, tenho refletido que é preciso fazer mais do que só reconhecer a importância das mulheres nos nossos cotidianos profissionais e pessoais. É hora de agir também no sentido de tomar decisões e, mesmo que impactantes, que levem a uma maior diversidade de gênero, influenciando um contexto maior, mais longevo e colaborativo.
O banco Goldman Sachs, por exemplo, é uma das emmpresas que apostou nesse tipo de decisão de impacto, se recusando a trabalhar na abertura de capital de empresas sem diversidade no conselho de administração. Desde 2020, os conselhos precisam ter ao menos um integrante diverso (especialmente mulheres!) e, para este ano, o banco “dobrou a meta”, exigindo dois integrantes diversos. Claro, não é o suficiente, mas é um primeiro passo que pode gerar um impacto daqui por diante.
Aqui no IAB Brasil, também fizemos uma decisão de impacto para aumentar a representatividade feminina, exigindo desde o ano passado a presença de vice-presidentes mulheres nos nossos comitês. Não foi fácil. Criamos um cargo que não existia, e imagino que possamos ter sido criticados por colocar as profissionais em uma posição de “vice-liderança”. De forma paralela, exigimos presença mínima nas reuniões, engajamento feminino ativo. Além disso, agora, nossas vice-presidentes cumprem todos os requisitos das regras internas para que sejam elegíveis a presidência dos comitês. Um ano depois, colhemos esses frutos.
Tenho plena consciência de que essas ações não são suficientes para resolver a questão. São um primeiro passo no processo, o que pode ajudar a incentivar/alterar o cenário daqui por diante. Decisões de impacto são construídas assim, devagar, de forma gradual, agindo agora para impactar no amanhã. E não precisa ser nada complexo, ou decisões feitas somente por lideranças.
Você pode começar por atitudes simples, pedindo a opinião das mulheres nas reuniões, ou garantindo que as mesas de debate tenham mulheres incluídas nas discussões. Quem é líder pode voluntariar parte do seu tempo para realizar a mentoria de mulheres e ajudá-las a deslanchar suas carreiras. Até escolhas mais individuais, como ler livros escritos por mulheres ou assistir filmes dirigidos por diretoras, podem ajudar a engajar e celebrar as nuances inéditas que elas trazem, além de gerar audiência para essas profissionais.
Por isso, neste dia 08 de março, mais do que flores e chocolates, dedique-se principalmente a oferecer o que tem mais impacto: ofereça espaço.
*Cris Camargo é gestora de negócios de impacto. Está à frente do IAB Brasil há 7 anos, onde atua hoje como CEO, além de fazer parte do conselho de iniciativas como Aladas e ABRAPHEM.
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