Como funcionará a parceria entre Sky e Amazon Leo?
Além de distribuir a internet via satélite, a empresa de TV será responsável por vendas e atendimento

Amazon investirá US$ 10 bilhões para lançar 3.236 satélites em órbita até 2026 (Crédito: Divulgação)
A Amazon apresentou ao Brasil e à região da América Latina sua nova marca de serviço de internet via satélite: a Amazon Leo.
O serviço, de fato, deriva do Projeto Kuiper, criado há sete anos para estruturar rede de internet via satélite e democratizar o acesso.
No País, a Amazon Leo terá distribuição e comercialização pela Sky.
Na América Latina, o negócio ficará a cargo da DirecTV.
Com isso, sete países da América Latina serão contemplados com banda larga satelital de baixa órbita da Amazon: Brasil, Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia e Uruguai.
Para tanto, a Amazon investe o equivalente a US$ 10 bilhões para lançar 3.236 satélites em órbita até 2026.
Até agora, a companhia conta com 153 satélites em órbita terrestre baixa (LEO).
“Mais de 3,2 mil satélites estão planejados para estar em órbita com tecnologia extremamente nova, avançada, com comunicação entre os próprios satélites, utilizando todo o backhaul e backbone da AWS, que é algo extremamente consolidado e resiliente no mercado de banda larga”, explica Rodrigo Fernandes, diretor regional de banda larga da Sky.
Apesar da meta, Fernandes ressalta que não será necessário lançar os 3.236 satélites para começar o serviço.
De fato, o objetivo é que a expansão seja gradual e comece pelo Sul e avance à linha do Equador, respeitando a órbita dos satélite que cobre do Sul para o Norte.
“Isso, pela disponibilidade da órbita, não é necessariamente uma estratégia, é disponibilidade de cobertura que, óbvio, crescerá bastante rápido”, adianta o diretor.
Parceria com a Sky
No contrato com a Amazon, a Sky ficará responsável pela distribuição do serviço da Amazon Leo no Brasil, fazendo todo o contato com o cliente, desde a venda até o atendimento.
O produto, inclusive, terá operação com marca própria “powered by Amazon”.
“É um produto que será provido através da rede da Amazon, mas que terá todas as características, sistemas e proximidade com o cliente que a Sky imprime em seu portfólio”, complementa Fernandes.
A Sky poderá ofertar outras soluções de seu portfólio, como o Sky+, seu serviço de streaming, e seguros, junto com o Amazon Leo.
“Planejamos ter esse valor agregado entre o nosso portfólio, para que o cliente desfrute não apenas da conectividade onde estiver, mas do conteúdo”, revela o diretor.
Nesse sentido, a ideia é trabalhar a complementariedade da banda larga fixa por fibra que a Sky já oferece com o novo produto.
“O Brasil é grande o suficiente para ter clientes para acesso por fibra e por tecnologia satelital”, destaca.
Apesar de os preços finais do Amazon Leo ainda não estarem definidos, Fernandes adianta que será bastante compatível com o que o mercado de internet satelital trabalha.
“Óbvio que estamos buscando sempre condições mais atrativas para os clientes do nosso ecossistema”, complementa.
Inclusão digital
Dessa forma, a meta é levar conectividade de qualidade e com velocidade acima do mercado — a tecnologia do Amazon Leo promete chegar a 1 gigabit por segundo, enquanto a velocidade média do acesso no País é de 200 megabits por segundo — para todos os cantos do Brasil e da América Latina.
“O Brasil é um país que tem mais de 80% das suas conexões com fibra. Mas, veja, 20% da população brasileira é muita gente. Outros 20% tem mais de dez milhões de domicílios com tecnologias mais antigas, sem acesso à banda larga, inclusive, nas suas casas. E entendemos que a tecnologia Leo de baixa órbita traz para esse cliente a possibilidade de ter acesso à banda larga onde quer que esteja”, afirma.
Fernandes reforça, portanto, que a meta é usar o Projeto Kuiper para impulsionar projetos sustentáveis da Sky, como conectar escolas, por meio da Fundação Leo e Norma Werthein.
“Gosto da frase ‘não adianta prosperarmos sozinhos, temos que prosperar em comunidade’. Isso é uma coisa que o grupo leva bastante importante na sua missão e o Kuiper vem para ajudar”, completa.