Carlos Ghosn renuncia ao posto de CEO da Renault
Executivo franco-brasileiro está preso há dois meses por má conduta financeira

Executivo é acusado de esconder 35 bilhões de ienes entre 2010 e 2015 (crédito: reprodução)
Preso desde novembro de 2018, Carlos Ghosn renunciou ao cargo de CEO e presidente do conselho da Renault. A notícia foi anunciada pelo Ministro da Economia e Finanças francês, Bruno Le Marie, em entrevista a Bloomberg Television. Embora a Renault tenha mantido o executivo no cargo desde sua prisão, a companhia já começou a discutir quais serão os próximos passos sem a liderança do CEO, segundo o New York Times.
Carlos Ghosn foi preso no Japão por má conduta financeira. O executivo teria feito uso pessoal dos ativos da empresa e declarado renda inferior ao valor real. Ao todo, o empresário teria escondido cerca de 35 bilhões de ienes entre 2010 e 2015.
O escândalo fiscal trouxe incertezas para o futuro da maior aliança do mercado automobilístico que segue sem um líder. Ainda segundo o NYT, o governo francês, que é um dos principais acionistas da Renault, teria pressionado a companhia para afastar o executivo do cargo definitivamente. No entanto, a fabricante preferiu que o próprio Ghosn renunciasse ao cargo para afastar qualquer desconfiança legal sobre a empresa.
Agora, os nomes cotados para serem nomeados às posições antes ocupadas pelo executivo são os de Jean-Dominique Senard, CEO da Michelin, que ocuparia o cargo de presidente do conselho, e de Thierry Bolloré, vice-presidente executivo da Renault, que já vem substituindo Ghosn e assumiria como CEO da companhia.