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Lideranças femininas precisam construir (e reconstruir) modelos

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Lideranças femininas precisam construir (e reconstruir) modelos

Alison Radford, da Reckitt Hygiene Comercial, e Tania Haddad, da KPX, pontuam os gaps que ainda permeiam à escalada das mulheres ao topo


21 de março de 2023 - 17h00

Tania Haddad (à esq.) e Alison Radford (Crédito: Eduardo Lopes/ Imagem Paulista)

Não é raro ouvir que as mulheres que conseguiram transpor as diversas barreiras sociais e do ambiente corporativo para ocupar o topo da hierarquia de empresas carregam estereótipos oriundos dos modelos de liderança masculina que, por quase todo o tempo, acabaram prevalecendo. Essa e outras discussões tomaram conta do painel “Influenciando o topo da cadeia de decisões”, moderado pelo Ricardo Gandour, Jornalista e consultor da R.Gandour Estratégia e Comunicação.

Com 23 anos de atuação na Reckitt Hygiene Comercial, empresa na qual é, atualmente, vice-presidente sênior LATAM, Alison Radford confessa que somente nos últimos cinco anos passou a se sentir confortável para ser ela própria no ambiente de trabalho. “Quando olho para minha carreira, percebo que sempre briguei muito para subir de cargos, na verdade, brigava muito para poder ser eu mesma. Hoje consigo sentar diante de um time de liderança, formado quase que na totalidade por homens, e me sentir a vontade para falar o que me vem à cabeça, deixar fluir e ver que, sendo diferente deles, posso contribuir à minha maneira”, declarou.

Alison dividiu o palco do Summit Women to Watch com Tania Haddad, economista e administradora da KPX, fundo de investimentos ligado ao Insper, fundado por seu pai, Claudio Haddad.

A participação nos negócios da empresa voltada à formação de profissionais para o mercado financeiro fez com que Tania notasse o gap entre homens e mulheres no universo corporativo. “Sabemos que, quando uma mulher vê uma oportunidade de trabalhar ou de vaga, se ela não se sente 100% compatível com aquilo que foi pedido, ela nem tenta se candidatar. Já em relação aos homens, segundo pesquisas, se candidatam se eles sentem que cumprem 60% do que foi pedido. É preciso que sejam criadas iniciativas não apenas para atrair, mas também para reter mulheres no ambiente de trabalho, criando ambientes mais empáticos”, diz Tania.

Alison reforça que as mulheres que ocupam posições de liderança atualmente tiveram de se adaptar a um universo corporativo masculino e que, por isso, é preciso considerar os vieses inconscientes, que ainda embasam o comportamento de muitas pessoas. “Não é por ser mulher que não tenho vieses inconscientes”, pontuou.

Ela também destacou a necessidade de as empresas olharem para as líderes mulheres com mais empatia, considerando algumas etapas da jornada feminina que são diferentes da masculina, como a questão da maternidade. “De que maneira uma empresa pode ter programas de apoio e incentivo para que suas líderes tenham filhos e construam suas famílias? É preciso ser proativo nas fases mais delicadas da vida das mulheres”, disse Alison.

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