Web 3: um novo patamar para o consumo e a criação de conteúdo nas redes
Nova era das redes propõe relações mais colaborativas entre creators e audiência
Web 3: um novo patamar para o consumo e a criação de conteúdo nas redes
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26 de janeiro de 2023 - 9h13
Na Web 3, a palavra-chave é descentralização, e o que vem por trás dela é uma transformação nas estruturas de compartilhamento de dados nas redes, além da mudança no modo de consumo e na monetização dos conteúdos. Mais do que permitir que os usuários detenham a propriedade das informações produzidas por eles, a nova era da internet propõe, ainda, que a relação entre creators e a audiência não dependa apenas das plataformas e passe a se organizar em comunidades.
As comunidades, nesse sentido, dão outro tom para o consumo dos conteúdos e, principalmente, para a interação entre seguidores e criadores. Num mundo de audiências cada vez mais exigentes e engajadas, com produtores de conteúdo que as ouvem, o próximo patamar é a colaboração entre os dois lados da tela: quem cria e quem consome. Isso já tem acontecido a partir das ferramentas que permitem maior interação nas redes, como as já conhecidas caixas de perguntas, enquetes e outros meios que dão “poder” para que os usuários transmitam, de maneira clara, o que esperam e desejam do creator.
Na prática, isso significa que esses usuários estão cada vez mais “qualificados” e entendem que conteúdo de valor tem um preço e eles estão dispostos a pagar por ele, desde que isso dê a possibilidade de que eles sejam efetivamente ouvidos e de que tenham acesso a materiais exclusivos. Essa percepção dos usuários tem sido construída ao longo dos anos e já é aplicada a partir de plataformas como a Twitch, por exemplo, que remunera os creators conforme as assinaturas de seus seguidores.
A grande diferença, agora, é que os produtores de conteúdo poderão se desvincular da dependência das plataformas para entregar suas criações, e a audiência, por sua vez, poderá consumir informações especializadas e apoiar os creators diretamente. Para ambos os lados, a mudança propõe uma libertação da manipulação algorítmica das interfaces, que, muitas vezes, força os criadores a produzir em excesso ou descobrir todos os “hacks” para chegar aos seguidores e, ainda, maneja os feeds dos usuários para que eles consumam infinitamente.
Segundo o relatório “Vem aí na Creator Economy 2023”, da YouPix, as comunidades na Web 3 irão além do conteúdo exclusivo e da remuneração justa para os creators. Para a consultoria, a nova era da rede possibilitará que a audiência torne-se “sócia” do produtor de conteúdo e tenha participação nos lucros obtidos com as produções geradas, como numa espécie de relação entre empresário e investidor.
Para mim, mais do que as transformações no modelo de remuneração e interação entre os criadores e as audiências, a Web 3 é o espaço que permitirá, também, a construção de diálogos mais conectados e significativos na sociedade, justamente por garantir a propriedade intelectual dos conteúdos aos seus produtores e por possibilitar o pagamento justo por eles. Isso significa, principalmente, que histórias, trajetórias, interseccionalidades e vivências serão reconhecidas, já que são justamente esses aspectos que tornam os conteúdos valiosos e a relação entre creators e comunidades ainda mais rica.
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