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Women to Watch: homenageadas celebram o poder da coletividade

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Evento

Women to Watch: homenageadas celebram o poder da coletividade

Em evento realizado em São Paulo, Briza Rocha Bueno, Cecília Preto Alexandre, Fernanda Doria, Liliane Rocha, Nathalia Garcia e Rafaela Alves celebraram o reconhecimento


20 de agosto de 2024 - 17h54

Women to Watch

Liliane, Fernanda, Briza, Cecilia, Rafaela e Nathalia celebram o reconhecimento pelo Women to Watch (Crédito: Bárbara Sacchitiello)

Nos discursos das seis profissionais reconhecidas pelo Women to Watch em 2024 – cuja cerimônia de homenagem aconteceu nesta terça-feira, 20, em São Paulo – foram diversos os agradecimentos e o reconhecimento da importância de celebrar outras mulheres.

Esse olhar para o coletivo e, sobretudo, para o seu poder de gerar transformação, deu a tônica de mais uma edição da iniciativa, criada em 2013 com a proposta de destacar os talentos femininos da indústria da comunicação.

Neste ano, Briza Rocha Bueno, Cecília Preto Alexandre, Fernanda Doria, Liliane Rocha, Nathalia Garcia e Rafaela Alves entraram para a lista das profissionais reconhecidas pelo Women to Watch, não apenas pela sua trajetória e feitos em importantes empresas do mercado, como também pela forma como ajudam a inspirar as carreiras de outras mulheres.

Narrativas Femininas e o direito de sonhar

Antes de subiram ao palco para receberem as placas que representam o reconhecimento pelo Women to Watch, as seis homenageadas, junto de seus convidados e de outros profissionais e nomes do mercado publicitário, assistiram a um painel que procurou destacar diferentes perspectivas a respeito da importância do estímulo e do enriquecimento de narrativas femininas.

O debate contou com participações da jornalista, roteirista e escritora Milly Lacombe, e de Candice Pomi, psicóloga, pesquisadora e especialista em longevidade. A moderadora da conversa foi a chef e apresentadora do GNT, Rita Lobo.

Ao destacar sua carreira como comentarista e jornalista esportista, Milly usou uma simbologia para falar sobre os desafios e barreiras que, ao longo da vida, fizeram parte de seu caminho.  “A estrutura de qualquer preconceito tira o direito de nós de sonharmos. Para mim, não era um caminho possível ser comentarista esportiva. Aquele não era meu ambiente”, contou.

A jornalista disse que, para poder romper essa ideia é necessária uma revolução, que passa não apenas pelo comportamento como pela linguagem. “Se a gente não dá nome para as coisas, elas não existem. Por isso que o feminino existe: para nomear aquilo que acontece conosco e para entendermos as opressões. Só existe uma coisa se expande com fogo e com amor, que é a consciência”, declarou.

E falar sobre essas barreiras e preconceito em um País que está ficando cada vez mais velho passa a ser ainda mais importante, como destacou Candice Pomi. “Muitas vezes eu tive que chegar em apresentações e empresas dizendo que queria falar sobre longevidade. Porque, caso falasse que queria abordar o envelhecimento, as pessoas não aceitavam. Na verdade, a forma como estamos abordando a longevidade ainda é algo recente. Temos uma enorme transformação demográfica no Brasil que aconteceu em um espaço de trinta anos. E esse período não é suficiente para estabelecer novos padrões de beleza e novas regras para o mercado de trabalho. Mas isso é necessário porque, no mundo de hoje, se a população 60+ fosse um País, pelo PIB, seria a terceira economia do mundo, após Estados Unidos e China”, citou.

Agradecimentos e compromissos

Após o painel, as seis profissionais fizeram uso de alguns desses conceitos para destacar a importância de que as mulheres mergulhem ainda mais em processo de conscientização acerca da importância da união para a evolução coletiva.

Diretora geral do AliExpress no Brasil, Briza Rocha Bueno, assim como as demais profissionais que passariam ao palco, agradeceu à família e às pessoas que impulsionaram sua trajetória e compartilhou uma reflexão sobre os desafios do mercado. “Quando penso em algum desafio da minha carreira, quase nunca foi um desafio de trabalho ou de negócios. Sempre foi algo no sentido de ‘será que estou conseguindo me posicionar?’, ‘será que estou conseguindo trabalhar bem?’, ´será que estou conseguindo mostrar meu valor’. O peso de ser mulher é diferente. É algo que vemos no passado e algo que nos desafia para o futuro”, declarou.

Na sequência, Cecilia Preto Alexandre, diretora de marketing das marcas mainstream da Heineken, celebrou algumas figuras femininas que fizeram parte de sua formação, como sua avó e sua tia, mas também estendeu a representatividade a mais mulheres. “Posso continuar enumerando várias mulheres aqui, e só de olhar para os lados, vejo que faltariam mãos, pés e dedos para contar a quantidade de mulheres forte e gigantescas que estão fazendo a diferença. Tenho certeza de que vamos romper ainda mais barreiras. A gente não quer mais engolir sapos. Que possamos, juntos, criar um ambiente em que igualdade e inclusão sejam premissas”, comentou.

Fernanda Doria, diretora de negócios para pequenas e médias empresas do Google, declarou que aquela homenagem era o maior reconhecimento de sua carreira profissional. “Desde quando recebi a ligação falando sobre a homenagem, comecei a pensar em como cheguei até aqui. E ali, naquele momento, me vieram à cabeça todas as pessoas que participaram e ainda participam da minha jornada, com muito aprendizado, e que foram deixando suas marcas para que construísse meu caminho. Há um provérbio africano que diz que, se a gente quer ir rápido, vai sozinha. Mas, quando queremos ir longe, vamos juntos. Sou muito privilegiada por sempre ter tido isso na vida”, declarou a executiva.

CEO e fundadora da consultoria Gestão Kairós, disse que estava emocionada, porém, não nervosa, por falar em um evento em que aas pessoas têm consciência da importância de valorizar as agendas ESG e de inclusão e comentou sobre os desafios de empreender nessa área. “Quando decidi sair do mercado corporativo sabia que todo mundo ia achar que eu estava maluca, mas achei que aquela poderia ser uma vida mais promissora e, portanto, com mais significado para mim. Fundei a Gestão Kairós há dez anos e acho que uma das demonstrações desse caminho de que trilhei um bom caminho é, justamente, um reconhecimento como esse, que reforça a importância desses trabalhos”, relatou.

Primeira mulher a ser diretora do marketing na história do Bradesco, Nathalia Garcia falou sobre como a equidade e inclusão precisam fazer parte da base da sociedade, para a atual e, sobretudo, para as futuras gerações. “O que sonho para minhas filhas Joana, de 14 anos, e para a Laura, que vai completar três anos agora, é que tenhamos um mundo em que a palavra-chave seja respeito. Que tenhamos cada vez menos julgamentos a respeito de raça, religião, cor e que possamos pensar e difundir isso sendo multiplicadores dessas ideias. E minha crença é de que só vamos resolver isso se o foco for uma palavrinha mágica: educação.

Rafaela Alves, chief media and digital officer da AlmapBBDO subiu ao palco falando sobre a responsabilidade de ser a última homenageada da tarde e fazer um discurso após as demais mulheres. Para isso, ela decidiu relembrar uma história de infância. “Quando tinha seis anos de idade, todo mundo andava de bicicleta na rua e as meninas tinham a bicicleta Caloi Ceci, com a cestinha, e os meninos tinham a Caloi Cross. E eu queria a Caloi Cross. Aí, um dia meus pais me levaram na fábrica, que ficava perto de onde a gente morava, para eu comprar a Caloi Cross. Lembro que perguntei se, por ser menina, eu poderia mesmo ter aquela bicicleta, e eles me disseram, naquele momento, que não existia coisas de ‘menino’ ou ‘menina’ e sim as coisas que quisesse. E, ao longo da vida procurei me cercar de pessoas que compartilhavam esse mesmo pensamento dos meus pais”, relembrou.

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