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As reflexões provocadas pelo Oui Share Fest e o impacto dessa nova modalidade de capitalismo


23 de junho de 2015 - 8h00

(*) Por Pedro Henrique Carvalho

Em seu terceiro ano, o Oui Share Fest ocupou novamente o Cabaret Sauvage, no Parque de La Villete em Paris, para três dias de discussão sobre Economia Colaborativa e seus possíveis rumos. Nesta experiência única que tive ao participar do festival, ocorrido no último mês, o que mais ficou marcado foi a mostra de que estamos em um momento mercadológico único, ideal para que estudemos caminhos e oportunidades de forma colaborativa.

Enquanto o local era lúdico, dando um tom informal ao evento, as discussões em seus cinco espaços de palestras e workshops eram sérias e acaloradas. Com um público plural e presença de profissionais das áreas de saúde, educação, tecnologia, arquitetura entre outras, a ordem era explorar múltiplos pontos de vistas, criando, naqueles três dias, conceitos e modelos para a economia colaborativa, que apesar de já movimentar mundialmente mais de US$ 100 bilhões por ano, ainda é algo novo e com muitas pontas a serem ligadas.

Tratando-se de um tema ainda em desenvolvimento, o festival tem uma característica muito interessante, pois o conhecimento não estava apenas nas mãos de quem estava no palco falando. Muitas das conversas mais importantes e aprofundadas aconteciam nas zonas comuns, corredores e jardins do Cabaret Sauvage. Uma verdadeira amostra de construção colaborativa. Como disse o ex-diretor do setor de Transporte de Londres e atual presidente da Digital City Exchange, Kulveer Ranger, em um dos painéis: “é um festival aberto, é certo que todo mundo está convidado a vir”.

E quando ele fala qualquer um, é a pura verdade. Em um workshop de Transição para uma Economia Cooperativa, realizado no primeiro dia de evento, pude conhecer Serge Besnard, um sujeito carismático, que assim como eu, buscava respostas a questões bem específicas, dividindo comigo que trabalhava para a Total, quarto maior grupo mundial de exploração de petróleo e gás natural. Indo além de definições simplórias, provando a complexidade dos mercados e da própria economia colaborativa, Serge estava lá para entender como dois mundos, o da economia capitalista e o da colaborativa, podem encontrar modelos e maneiras de trabalhar em conjunto, gerando valor para ambos os lados.

Essa foi uma questão que se repetiu muito dentro e fora das salas do evento: o papel das empresas e grandes companhias na sharing economy. E o mais interessante é que muitas dessas perguntas eram levantadas por brasileiros. Não surpreendentemente nós estávamos em peso no festival, e não só como ouvintes, mas grande parte estava em cima dos palcos dividindo suas experiências em projetos e suas opiniões, mostrando que nosso país já desponta como uma forte promessa para a economia colaborativa, por conta do momento atual em que estamos, de grandes mudanças sociais e econômicas, com um empreendedorismo que explode por meio de projetos pessoais e criativos. E o Brasil, ainda com muita desigualdade social e no qual o status de posse ainda é algo recorrente, possui uma forte cultura de comunidade e colaboração, como pode ser notada recorrentemente em nossas periferias.

É nessa força da comunidade que aposta Camila Carvalho, criadora do “Tem Acúcar?”, plataforma que conecta pessoas de uma mesma vizinhança que desejam compartilhar qualquer item, desde uma furadeira até uma bicicleta. Mais do que compartilhar bens, Camila deseja que as pessoas voltem a ter senso de comunidade e confiar umas nas outras.

Já Gabriela Augustini criou o Olabi Makerspace, um espaço comunitário de fabricação, em que democratiza ferramentas e conhecimento para que pessoas possam colocar sua produção nas ruas. E um ponto importante que Gabriela trouxe para a mesa de discussão é de como integrar esses novos produtores ao mercado, passando pelo ponto de como criar um modelo colaborativo em parceria com empresas privadas. Ela nota, assim como, Serge Besnard, que há muita energia criativa e realizadora vinda dessas pessoas e de seus projetos que podem ser canalizadas pelas empresas.

A mensagem que fica para mim, num momento como esse apresentado pelo evento, é que o cenário pede que as empresas sentem e discutam, em conjunto com os protagonistas da economia colaborativa, quais são as possíveis oportunidades ao seu negócio, que papel podem ter, como podem agregar e como podem ter um bom retorno.

(*) Pedro Henrique Carvalho é coordenador de planejamento, com foco em inovação e benchmarking da Artplan São Paulo.

 

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