Novos projetos dão fôlego ao jornalismo

Buscar

Novos projetos dão fôlego ao jornalismo

Buscar
Publicidade

Mídia

Novos projetos dão fôlego ao jornalismo

Nos últimos seis meses, dezenas de plataformas de conteúdo jornalístico surgiram tendo como premissa o mobile e a abordagem diferenciada


2 de dezembro de 2015 - 8h24

Conforme Meio & Mensagem noticiou em julho, nos últimos seis anos, o Brasil perdeu oito jornais. Na ocasião, o gancho da notícia era o fim das atividades do Brasil Econômico. A lista também trazia os extintos Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, O Estado do Paraná, Jornal da Tarde e outros.

Se naquele momento esse levantamento trazia uma falta de perspectiva em relação ao rumo do jornalismo, desta vez, uma nova lista foi montada. Pórem, a notícia agora é positiva. Apenas em 2015, dezenas de novos projetos alternativos de jornalismo foram lançados. Alguns com modelos comerciais definidos, outros com investimentos de grandes empresas e muitos deles bancados por sócios individuais. Todos, porém, nasceram com a premissa de privilegiar o conteúdo no mobile e apresentar algo que não seja "mais do mesmo".

A depender dos dados apontados no Digital News Report, levantamento divulgado pela Reuters em julho, o cenário é promissor já que, dos usuários da internet no Brasil, 23% estão dispostos a pagar por noticia online, 23% usam o smartphone como principal forma de se informar, 6% utilizam o tablet e 59% compartilham notícias via redes sociais.

O projeto mais recente foi lançado na semana passada. O portal Nexo foi idealizado por Paula Miraglia, cientista social e doutora em antropologia social, Renata Rizzi, engenheira e doutora em economia, e Conrado Corsalette, jornalista que já foi editor de política do Estadão e de cotidiano da Folha de S. Paulo. “Nosso objetivo, desde o início, foi criar um modelo editorial capaz de produzir um conteúdo que seja acessível para um maior número de pessoas, por ser claro e explicativo, e também efetivamente rico, proporcionando contexto suficiente para subsidiar a formação de opinião”, explica Paula Miraglia. O jornal tem sede em São Paulo e 25 profissionais com experiências nas áreas de jornalismo, artes, humanidades, tecnologia, dados, marketing e negócios.

Em 25 de novembro, chegou ao mercado a revista digital Calle2 destinada à cobertura de temas relacionados à América Latina. De acordo com Ana Magalhães, editora-executiva da Calle2, o veículo está aberto para projetos customizados. “A publicidade nativa pressupõe parceria com empresas para que produzamos conteúdo relacionado sem que a empresa e a marca estejam diretamente citadas nas matérias”, explica. A revista tem atualizações semanais, sempre às quartas-feiras.

Com uma estrutura mais robusta foi lançado, em julho, o site O Financista, pela cosultoria Empiricus Research. “Nosso público é o investidor carente de informações e análises macrofinanceiras”, diz Conrado Mazzoni, editor-chefe de O Financista. A Empiricus investiu US$ 1,5 milhão no projeto direcionados a marketing, tecnologia e uma equipe de onze profissionais egressos de veículos como Exame, Valor Econômico e Istoé Dinheiro. “Somos uma plataforma independente da Empiricus e nosso objetivo é produzir conteúdo financeiro, econômico e de negócios com abordagem simples”, diz Mazzoni.

Fora do eixo Rio-São Paulo foi lançado em março, em Brasília, o site Fato Online, apesar de cobrir notícias gerais, sua expertise é a política. De acordo com Sérgio Assis, diretor-geral do Fato Online, em nove meses de existência o projeto já permite parcerias comerciais. “Os formatos que compõe o mídia kit do Fato Online vão desde os mais especiais e exclusivos até os mais reconhecidos pelo mercado virtual, entre eles o Superbanner, Arroba Banner, DHTML, Barra Full, Skycraper, Intervenção Total, Midi Banner, entre outros que podem ser consultados diretamente com o Departamento”, diz Assis.

Alternativo e independente

Outro projeto importante do ano, mas que não prevê modelo comercial é a rede Jornalistas Livres. Criado em março, o projeto nasceu com um grupo de jornalistas que cobriram as manifestações nas ruas programadas para o dia 15 de março. “Depois, sentimos que não podíamos desmobilizar aquele grupo e continuamos trabalhando, já com o sentido de formar uma rede de coletivos de comunicação”, conta Eduardo Nunomura, jornalista e professor de comunicação que faz parte do projeto.

Em curto tempo, o grupo ganhou a adesão de profissionais independentes e coletivos (formado por repórteres, redatores, fotógrafos, cinegrafistas, editores, artistas, comunicadores, hackers, ativistas), todos unidos por conceitos que são a luta pela ampliação dos direitos humanos e sociais e a defesa irrestrita da democracia. O projeto tem a colaboração de mais de 50 produtores de conteúdo. A grande maioria são profissionais de São Paulo. Mas surgiram mais dois núcleos dos Jornalistas Livres: no Paraná e em Minas Gerais.
 

wrapswrapswrapswrapswraps

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Como a Microsoft vem tentando estreitar os laços com os anunciantes

    Como a Microsoft vem tentando estreitar os laços com os anunciantes

    Carsten Rauh, head de native sales da Microsoft para EMEA e LATAM, comenta a oferta de soluções a agências e anunciantes e hábitos da audiência no Brasil

  • TNT levará UEFA Champions League para o YouTube

    TNT levará UEFA Champions League para o YouTube

    Canal exibirá, pela primeira vez em ambiente digital e gratuito, a competição continental