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Google é multado em US$ 2,7 bi na Europa
Empresa é acusada de favorecer ilegalmente seu serviço de compras e tem noventa dias para interromper as práticas consideradas irregulares
Empresa é acusada de favorecer ilegalmente seu serviço de compras e tem noventa dias para interromper as práticas consideradas irregulares
Luiz Gustavo Pacete
27 de junho de 2017 - 9h53
Órgãos regulatórios da Europa multaram o Google, nesta terça-feira, 27, em € 2,42 bilhões, aproximadamente US$ 2,7 bilhões. A acusação é de que a empresa favorece seu sistema de comparação de preços, o Google Shopping, lançado na Europa em 2004. O processo foi iniciado após queixas de concorrentes como Yelp, FairSearch e TripAdvisor. Essa é considerada a maior multa já aplicada na Europa, a mais alta até então, foi imposta à Intel, em 2009 e, na ocasião, foi de € 1 bilhão de euros.
A Comissão Europeia, órgão executivo que representa a União Europeia, deu um prazo de noventa dias para que o Google interrompa as práticas. Caso a decisão não seja cumprida, será penalizado em multas diárias de até 5% do volume de negócios mundiais de sua holding, a Alphabet.
Publishers se unem contra Google e Facebook
“A estratégia do mecanismo de comparação de preços não foi simplesmente atrair consumidores com um produto melhor do que o de seus rivais. Em vez disso, o Google abusou de seu domínio no mercado como mecanismo de busca ao promover seu próprio serviço nas buscas e minimizar os de seus competidores”, disse Margrethe Vestager, responsável pela investigação.
Em uma nota enviada a veículos europeus assinada por seu conselheiro-geral Kent Walker, o Google afirmou que “discorda das conclusões anunciadas e vamos revistar a decisão da Comissão em detalhe enquanto consideramos nosso recurso.” Ainda de acordo com o Google, o fato de o buscador ser eficiente não significa favorecimento. “Nossa habilidade de fazer isso bem não nos favorece ou a nenhum site ou vendedor em particular. É o resultado do trabalho duro e da constante inovação.”
Segundo Victor Azevedo, especialista digital do IBMEC, a pauta da violação de antitruste na União Europeia “traz o pensamento de que uma empresa privada com grande poder não poderia estrategicamente dificultar o acesso aos seus concorrentes, isso é uma forma de agir, contudo essa mesma empresa privada influencia diversas pessoas ao redor do mundo e ai que essa pauta apresenta uma discussão que ao meu ver é muito mais importante.” Segundo Azevedo, uma empresa como a Alphabet tem total condições de alterar os gostos dos seus consumidores através dos dados cedidos pelos mesmos.
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